quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sessão Nostalgia: RETROCEDER NUNCA, RENDER-SE JAMAIS


Outro filme dos anos 80 que eu não revia há anos, Retroceder Nunca, Render-se Jamais é um daqueles filmes que envelheceram mal. Quer dizer, continua divertido, mas fica aquela sensação de que na primeira vez era um filmaço e agora é apenas um filminho B meia-boca...
Comparado na época com Karatê Kid (este sim alçado à categoria de clássico), o filme se destaca em vários aspectos. Em primeiro lugar, foi dirigido por Corey Yuen e produzido por Ng-See Yuen, apesar do elenco e ambientação americanos. Além disso, é talvez o exemplar mais bem-sucedido internacionalmente do sub-gênero "Bruceploitation", filmes que pegaram carona no sucesso de Bruce Lee, utilizando sósias/imitadores do astro (Bruce Li, Bruce Le, Bruce Liang, Bruce Leung, Dragon Lee). Um dos fatos pelos quais o filme é mais conhecido (e que foi utilizado posteriormente para divulgá-lo) é ter Jean Claude Van Damme como o vilão casca-grossa, em um de seus primeiros papéis.
O filme conta a história de Jason, um praticante de karatê fã de Bruce Lee. Quando o dojo do pai de Jason é ameaçado por gângsters (entre eles Van Damme, que quebra sua perna), a família muda para Seattle, coincidentemente onde fica o túmulo de Bruce Lee. Jason faz amizade com R.J. (este por sinal fã de Michael Jackson, no auge da breakmania), mas ao defendê-lo de um gordo pentelho, acaba criando a inimizade de um karateca de um dojo local (que, pra seu azar, está de olho na sua namoradinha). Depois de apanhar pra valer, Jason pede ajuda ao espírito de Bruce Lee, que aparece (na pele de Kim Tai Jung, que já havia substituído Lee em O Jogo da Morte e Jogo da Morte 2) e o treina! O clímax é um campeonato de karatê em que Van Damme trucida toda a equipe de Seattle e Jason o enfrenta. Infelizmente este filme nunca foi lançado em DVD no Brasil. A cópia que eu tenho é ripada de um VHS fuleiro dublado em português! Fazer o quê, né...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

100 DIAS DO BLOG: 1000 ACESSOS!!!

Este post é para comemorar 100 dias de existência do blog e 1000 acessos realizados! Embora eu tenha feito o blog na esperança de que ele fosse acessado (hehehehe), confesso que não esperava que ele atingisse essa marca tão rápido! Sei que parece irrisório comparado a outros blogs, mas foi muito significativo para mim. Agradeço a todos que prestigiam esse espaço. Prometo que tentarei atualizar o blog da maneira mais contínua possível, sempre enfocando os filmes de ação, ficção e artes marciais que a gente tanto ama!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

STAR RUNNER: uma reunião de antigos astros da Shaw Brothers




Star Runner - A Disputa Final (2003) é um filme de artes marciais que passou despercebido nas locadoras. Tem um romance bobinho e boas cenas de luta, mas a recomendação não é nem pelo filme propriamente dito. O espectador mais familiarizado com o gênero vai encontrar diversas participações especiais dos principais astros das produções da Shaw Brothers dos anos 70/80: Gordon Liu, David Chiang, Ti Lung e Chi Kuan Chun fazem pequenas aparições (com exceção de Liu, que aparece mais). Parece até uma reunião de colégio, hehehe! O diretor deve ser um tremendo fã da Shaw por reunir tantos astros num único filme (que, aliás, está longe de ser uma super-produção).
O filme em si levaria no máximo uma nota 7.0, mas pela curiosidade de ver como antigos astros da pancadaria estão hoje, vai pra 8.0!
Obs.: não lembro muito bem, mas devo ter visto mais atores conhecidos (que trabalharam com Jackie Chan, se não me engano). Quem identificá-los, comente aqui!




terça-feira, 11 de agosto de 2009

Análise: MASSACRE NO BAIRRO CHINÊS


Quando se anuncia um novo filme de Jackie Chan, seus fãs (nos quais eu me incluo) sempre aguardam ansiosamente. Com Massacre no Bairro Chinês (Shunjuku Incident, 2009) não foi diferente. Infelizmente, como a maioria dos seus filmes chineses, foi lançado diretamente em DVD (fazendo muito sucesso nas locadoras, diga-se de passagem). O título nacional é um capítulo à parte: quase todos os filmes de Jackie recebem títulos horrorosos (New Police Story virou A Hora do Acerto; Rob-B-Hood virou Três Ladrões e um Bebê; e o pior deles foi com Armour of God 2 - Operation Condor: Um Kickboxer Muito Louco!). Massacre no Bairro Chinês é uma referência a Massacre no Bairro Japonês (Showdown in Little Tokio, uma boa tradução, por sinal), um filminho B de ação com Dolph Lundgreen e o saudoso Brandon Lee... Até que o título encaixa na história de Shunjuku Incident, mas que é forçado, isso é!
Os rumores iniciais que indicavam que o longa não seria um filme "típico" de Jackie Chan se revelaram verdadeiros. É uma história dramática sobre imigrantes ilegais chineses no Japão que se envolvem em crimes para sobreviver. Jackie é Nick, um mecânico de tratores na China que resolve ir ao Japão atrás de sua namorada, que desapareceu. Chegando ilegalmente lá, foge das autoridades e busca abrigo na casa de um amigo, Joe (Daniel Wu). Nick logo se dá conta da difícil situação que seus colegas se encontram. É claro que o filme aborda um tema recorrente na filmografia chinesa, a rivalidade entre chineses e japoneses. Nick acaba se envolvendo com membros da yakuza, o que terá graves consequências.
Vários aspectos se destacam no filme. A mais notória e polêmica é a completa ausência de lutas marciais e humor! É isso mesmo, Jackie NÃO luta no filme (pelo menos não da maneira à qual estamos habituados - e viciados), assim como vários atores veteranos como Ken Lo e Yasuaki Kurata! Jackie mais uma vez representa um papel totalmente dramático, provando mais uma vez seu talento. Além disso, apesar do personagem de Jackie ser essencialmente um bom homem, as circunstâncias fazem com que ele faça coisas que, em se tratando de Jackie Chan, dificilmente imaginaríamos (ele comete diversos crimes, adere ao sexo pago, rouba e até mata a serviço da máfia japonesa! ). O personagem de Daniel Wu também passa por uma radical transformação, pois no início ele é um babaca chorão e após uma tragédia se torna um babaca delinquente (que, na minha opinião, ele sabe fazer muito bem, hehehe). Devido à temática e a algumas cenas de violência (principalmente duas cenas de mutilação), o filme foi proibido na China. A cena do flashback que mostra Jackie jovem, com menos de 20 anos, impressiona pela semelhança do ator com Jackie (parece até que utilizaram a mesma técnica de O Curioso Caso de Benjamin Button para "rejuvenescer" digitalmente o astro, embora eu ache que apenas utilizaram um ator muito parecido).
É um filme muito bom, desde que seja avaliado como um drama sobre imigrantes ilegais e seu envolvimento com o crime organizado. Repetindo, não espere grandes cenas de ação e lutas! Isto pode ser encarado como seu ponto fraco: convenhamos, quem assiste um filme de Jackie Chan espera um filme de ação, não um drama (ainda mais considerando que ele consegue conciliar os dois gêneros, como em New Police Story, Crime Story e Coração de Dragão). Entretanto, é sempre revigorante que ele tente mudar um pouco de estilo, priorizando as interpretações e a história! Se você também partilha dessa opinião, confira sem medo!
Obs.: o DVD (Califórnia Filmes) é simplesmente lamentável! É em fullscreen e dublado em português e inglês (não tem áudio original!) e não tem extras decentes, apenas ficha técnica, sinopse e trailers (um dos trailers iniciais é de B13: Ultimato, a continuação do cultuadíssimo 13o Distrito, com David Belle e Cyril Rafaeli; deve ser um filmaço).
Como eu sempre digo, como é duro ser colecionador no Brasil!

Jackie Chan e Daniel Wu, antes do envolvimento com o crime organizado.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sessão Nostalgia: INIMIGO MEU


Na Sessão Nostalgia, comentarei filmes que assisti nos saudosos anos 80 e 90, e que marcaram minha infância e adolescência. Devo comentar vários em breve, pois acabo de encomendar uma leva de filmes antigos; quando recebê-los, eu comento. Para inaugurar a sessão, um filme de ficção que eu adoro e que só agora adquiri em DVD: Inimigo Meu.

Dirigido por Wolfgang Petersen (História sem Fim, Na Linha de Fogo, Mar em Fúria), o filme é, na verdade, uma refilmagem de Inferno no Pacífico, um filme de guerra de 1968 com Toshiro Mifune e Lee Marvin, em que dois soldados inimigos (um americano e um japonês) são confinados em uma ilha deserta durante a Segunda Guerra Mundial. Pegue a mesma história com uma roupagem de ficção científica e você tem Inimigo Meu.

No futuro, a humanidade está em guerra com uma raça alienígena, os Drac, seres humanóides mas com aparência de répteis. Após uma batalha espacial, Will Davidge (Dennis Quaid), um soldado humano, e um guerreiro drac (Louis Gosset Jr, irreconhecível sob pesada maquiagem) caem em um planeta inóspito e são obrigados a se unir para sobreviver. Da desconfiança inicial nasce uma improvável e forte amizade. Em meio aos perigos do planeta (meteoros, monstros), o drac tem um filho, Zammis (os drac são hermafroditas e engravidam espontaneamente), que é criado por Davidge. No terceiro ato do filme, Davidge tem que salvar Zammis de mineradores ilegais.
Lançado há alguns anos em DVD, contém poucos mas interessantes extras: fotos da produção, trailer e cena estendida. Ao revisitar o filme, pude concluir que ele não envelheceu, apesar de produzido em 1985! Com bons efeitos especiais e eficientes cenas de ação, Inimigo Meu é um clássico, finalmente na minha estante!

domingo, 2 de agosto de 2009

A CÂMARA 36 DE SHAOLIN


Desde que comecei a colecionar filmes de kung fu, comecei pelos óbvios, como a maioria: Bruce Lee, Jackie Chan e Jet Li. Depois, ao começar a virar um colecionador mais sério, passei a ir atrás de filmes mais desconhecidos do grande público; mais especificamente, os filmes de kung fu chineses mais antigos. E nenhum estúdio de Hong Kong se destaca mais do que a Shaw (também conhecido como Shaw Brothers), que se especializou em um sub-gênero que os especialistas costumam chamar de filme de kung fu "old school": tramas de época em que vários temas são recorrentes, como a invasão dos manchus, revoltas motivadas por ideologias políticas, vingança, sacrifício, disciplina, e claro, o templo Shaolin! Já tinha visto mais de 100 filmes da Shaw, mas até ontem ainda não havia assistido um dos mais importantes e mais imitados, justamente A Câmara 36 de Shaolin! Só consegui assistí-lo agora porque a Platina relançou-o, pois o da China Vídeo já está esgotado há anos. É a mesma cópia remasterizada e com os mesmos extras (notas de produção, fotos, trailers, poster original e documentário). Infelizmente, o documentário não está legendado, o que não seria um grande problema se este fosse em inglês, o que não é o caso! Alguém aí entende mandarim?
Dirigido pelo mestre Lau-Kar Leung (que também foi o diretor de ação, o que significa coreografias criativas e complicadíssimas), o filme foi um estrondoso sucesso de bilheteria, rendeu duas continuações e é uma aula de cinema de artes marciais. Além disso, alçou Gordon Liu ao estrelato (que inclusive foi escolhido pela Cahiers du Cinema como o maior ator de artes marciais de todos os tempos).
Hoje a história é clichê, mas na época foi inovadora. San-Te (Liu) tem sua família dizimada pelos manchus e decide se vingar. Para isso, aprende kung fu no Templo de Shaolin, nas 35 câmaras de treinamento (onde engenhosos mecanismos fortalecem determinadas partes do corpo). Após anos de treinamento, decide fundar a câmara 36 para treinar jovens para combater os manchus.
Devo confessar que após tantos filmes, o gênero old school já tinha ficado cansativo, não me empolgava mais. Mas este clássico é verdadeiramente imperdível!