sábado, 9 de janeiro de 2010

Análise: AVATAR


Quem acompanha o blog sabe que eu sou um grande fã do diretor James Cameron. Adepto do lema "o que importa é a qualidade, não a quantidade", Cameron dirigiu apenas 8 filmes em 3 décadas, mas todos (com exceção do primeiro, o infame Piranha 2) são produções inovadoras e bem sucedidas, todos na minha lista de favoritos. A expectativa em relação a Avatar era muito alta, não só para mim como para o resto do mundo. Afinal, já faz 12 anos que Cameron conquistou o mundo com Titanic, ainda hoje o recordista de bilheteria e premiações no Oscar (ao lado de Ben-Hur e O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei, todos com 11 estatuetas), e o diretor nunca escondeu que este seria o seu filme mais ambicioso. O que não é novidade, pois a sua grande característica é a inovação: Cameron imagina filmes imposíveis tecnicamente e cria a tecnologia para viabilizá-los. Foi assim com O Segredo do Abismo (com suas inéditas cenas submarinas e o pioneiro tentáculo digital de água), o Exterminador do Futuro 2 (os incríveis efeitos do T-1000) e Titanic (o navio foi totalmente recriado digitalmente). Com Avatar, entretanto, Cameron extrapolou: ele simplesmente idealizou um mundo inteiramente novo com riqueza de detalhes, em que o espectador pudesse vizualizar tudo da maneira ideal, ou seja, em 3 dimensões.
Agora, após conferir o filme na telona (da melhor maneira possível, em uma sala 3D), posso dizer que a espera valeu a pena. Avatar é o seu melhor filme, e a experiência de assistí-lo em 3 dimensões é indescritível. O filme conta a história de Jake Sully (Sam Worthington), um fuzileiro paraplégico em uma missão no inóspito e deslumbrante planeta Pandora. Suas florestas são habitadas por uma diversidade predominantemente hostil de animais e plantas, e o povo dominante chama-se Na´vi (humanóides azuis de 3 metros de altura, com aspecto felino e esguio). O seu povoado (uma gigantesca árvore) localiza-se sobre uma imensa jazida de um minério muito precioso. A companhia responsável pela sua obtenção tenta uma saída diplomática, por meio da pesquisadora interpretada por Sigorney Weaver, que desenvolveu um meio de os humanos interagirem com os nativos. Como o ar de Pandora é tóxico para nós, as mentes de alguns pesquisadores podem ser transportadas temporariamente para avatares, corpos criados a partir de DNA humano e Na´vi, a fim de interagirem e estudarem os alienígenas de perto. Como os Na´vi têm dificuldade de assimilar nossa cultura (apesar de alguns terem aprendido noso idioma), a companhia está na iminência de removê-los à força, contratando um exército de militares liderados pelo coronel Quaritch (o grande vilão do filme). Jake é a última tentativa diplomática de diálogo com os Na´vi. Um avatar disponível foi desenvolvido para seu irmão gêmeo, e com sua morte Jake é o candidato ideal, que aceita a missão com a condição de poder andar novamente. É claro que Jake consegue se infiltrar no povo Na´vi, deslumbra-se com a natureza do planeta (onde os nativos podem experimentar uma curiosa simbiose com praticamente todos os animais e plantas) e apaixona-se por uma nativa (Zoe Saldana).
A trama é simples, deixando espaço para o verdadeiro destaque do filme, as imagens arrasadoras, com destaque para as montanhas suspensas de Pandora, as florestas ricas em detalhes (a flora e a fauna são retratadas com um detalhismo e realismo impressionantes), o voo sobre as criaturas aladas e claro, o clímax. É fácil identificar os elementos comuns de toda a filmografia de Cameron, como a presença de personagens femininas fortes, uma história de amor como plano de fundo, a presença militar quase sempre como vilã, uma sempre complicada relação entre tecnologia e natureza, efeitos inovadores e vertiginosas cenas de ação.



Se com Titanic James Cameron se tornou "o rei do mundo" (como declarou no Oscar), agora ele é o deus de seu próprio universo. E o futuro promete: o diretor já deixou claro a intenção de uma continuação ainda melhor! Será possível? Espero que sim!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Análise: LUTADOR DE RUA


Em primeiro lugar, feliz 2010 para todos!

Para o primeiro post do ano, vamos comentar um filme que foi lançado recentemente em DVD e que é razoavelmente desconhecido. Lutador de Rua (Blood and Bone, 2009) é estrelado por Michael Jai White, mais conhecido como o protagonista do filme Spawn, e que também estrelou outro ótimo filme que passou despercebido, O Lutador (Undisputed 2).

White é Isaiah Bone, ex-presidiário que entra no circuito de lutas de rua com um objetivo desconhecido, que será desvendado ao longo do filme. Logo de início ele se revela um lutador casca-grossa, trucidando os mais diversos adversários, sempre de maneira rápida e arrasadora. As lutas são muito boas, embora rápidas. A exemplo de Steven Seagal, Michel Jai White nunca tem um adversário à altura, mesmo na luta final com o lutador campeão de James, chefão principal do crime local e alvo da vingança de Bone. O ponto alto do filme são as diversas técnicas utilizadas, desde karate, kung fu e muay thai até golpes de jiu-jitsu. Mais que recomendado!