quinta-feira, 18 de junho de 2015

30 Anos de COMANDO PARA MATAR !!!


Como o tempo voa! Parece que foi ontem que Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone disputavam filme a filme para ver quem era o rei dos filmes de ação. O ano de 1985 - 30 anos atrás! - foi o ápice desta disputa: Stallone lançava RAMBO 2 - A MISSÃO e Schwarzenegger estrelou esta pérola da qual falaremos hoje. COMANDO PARA MATAR (o título já faz uma alusão ao primeiro filme de Rambo - Programado Para Matar) foi o veículo perfeito para Schwarza consolidar seu status de astro da pancadaria, assim como seu inconfundível estilo: ação frenética, cenas impossíveis para qualquer ser humano normal (menos ele, claro), e, principalmente, frases de efeito e piadinhas de humor negro. Vamos rever este filme em 25 quadros? Prepare a pipoca, o refrigerante e embarque comigo nesta aventura oitentista...

O filme já começa com 3 assassinatos(!)... Primeiro a equipe aparentemente liderada pelo gigantesco e ameaçador Cooke (o simpático negro no meio da cena) aparece num caminhão de lixo para matar um homem que acabou de acordar...

Em seguida, Cooke finge comprar um carro para usá-lo para atropelar o vendedor!

Depois é a vez de um homem bombado com a cara do Freddy Mercury (da banda Queen) aparentemente virar churrasco após Cooke explodir seu barco.

Agora é que o filme começa de verdade, apresentando nosso herói! Schwarza (juntamente com sua montanha de músculos) aparece carregando um imenso tronco de madeira, já demostrando que é praticamente um super-homem...

Mas toda essa força é para contrastar com as cenas seguintes. Enquanto os créditos iniciais vão passando, percebemos que John Matrix é um pai amoroso e presente, cuidando da filha Jenny... AAAAWWWNNN...

Mas essa ternura tem hora para acabar, pois logo chega o mentor de Matrix, o General Kirby (uma espécie de cópia do Coronel Trautman, mentor do Rambo), que conta que todos os homens de sua antiga equipe estão sendo mortos (lembram das cenas iniciais?) e deixa dois soldados para proteger John e sua filha.

Claro que é só o coronel ir embora que a casa de John é atacada pelos bandidos, que conseguem sequestrar sua filha...

 E, embora tomem uma surra, pegam nosso herói também!

É aí que Bennet, nosso Freddy Mercury bombado, revela estar vivo e louco para se vingar de John por tê-lo expulsado de sua equipe (aparentemente ele era muito sádico)...

Bennet e outros ex-soldados trabalham para Arius, um ex-ditador que foi destituído do poder do fictício país Valverde pelo atual presidente com a ajuda de Matrix. Assim, Arius manda John matar o governante (já que este confia nele). Se ele não o fizer, sua filha será morta. Já que não tem escolha, John embarca no avião, mas não sem antes lançar duas frases de efeito: o indefectível "Eu vou voltar!" pra Bennet e a promessa para o baixinho Sully ("Gosto de você... É por isso que vou te matar por último!"). Um dos capangas vai junto no avião, para garantir que Matrix cumpra a tarefa.

Já no avião prestes a decolar, John mata o bandido quebrando seu pescoço e soltando outra piadinha para a aeromoça: "Não acorde meu amigo... Ele está MORTO de cansaço!"...

A próxima coisa a fazer é sair do avião. Como? Ora, protagonizando uma das cenas mais impossíveis da história do cinema: ele simplesmente se pendura no trem de pouso e pula!

Claro que ele cai em um matagal alagado (embora a coluna d'água tenha apenas alguns centímetros) sem um arranhão! 

Seu objetivo é ir atrás de Sully, que acaba de deixar o aeroporto. Para isso ele sequestra Cindy (Rae Dawn Chong), uma simpática aeromoça, que relutantemente segue Sully até um shopping...

Lá, John realiza uma série de proezas: arranca uma cabine telefônica com Sully dentro (que, apesar de armado, não atira!), dá uma surra em dezenas de guardas, pendura-se igual ao Tarzan e, novamente com Cindy, volta a perseguir Sully de carro.

A perseguição termina à beira de um precipício, onde John segura Sully com apenas um braço (e a ajudinha de um cabo de aço, que aparece na cena!). Lembra que ele havia prometido a Sully que o mataria por último? Pois é, Sully também o lembra... A resposta de John? "Eu menti !" Bye, bye, Sully!

O próximo é Cooke, que retorna ao seu quarto de hotel apenas para encontrar Matrix, que procura pistas sobre o paradeiro de sua filha. É hora de mais um diálogo impagável:
Cooke: - Está com medo, valentão? Devia estar, porque um boina-verde vai acabar com você!
Matrix: - Eu como boinas-verdes no café-da-manhã... Com muita fome!
Após a briga, Cooke é literalmente empalado! Credo! E Matrix continua sem pistas! Quem mandou matar todo mundo antes de perguntar?

Matrix e Cindy acabam descobrindo o provável esconderijo de Arius: uma ilha! Mas antes, Matrix diz que eles precisam "fazer compras"...

E como nosso herói faz compras? Simples! Ele invade uma loja com uma escavadeira e pega tudo o que precisa (incluindo armas, facas, equipamentos, granadas, bombas e um lança-foguetes!)... Mas enquanto Cindy põe as coisas no carro, Matrix é preso e levado por policiais. Quem poderá ajudá-lo?

Se você pensou na Cindy, acertou! Ela usa o lança-foguetes recém-adquirido, explode o furgão da polícia e liberta nosso herói, que escapa ileso! Incrédulo, Matrix pergunta: "Como você aprendeu a usar o lança-foguetes?"... A resposta óbvia: "Eu li as instruções!"

Após matar alguns bandidos no cais e roubar um hidroavião (providencialmente, Cindy é aeromoça e sabe pilotar!), Matrix finalmente chega na ilha e protagoniza mais uma cena memorável: a preparação antes do massacre, com closes mostrando ele se vestindo e se equipando, ficando pronto para a festa!

O que vem a seguir é uma das maiores matanças da história do cinema. John trucida quase uma centenas de guardas, explodindo, esfaqueando, mutilando e baleando...

 ...Antes de matar Arius, o penúltimo chefe de fase...

Claro que a luta final tinha que ser com Bennet, que pega Jenny e atira no braço de John. Então, segue-se um diálogo de duplo sentido muito estranho:
Matrix: "Vamos lá, Bennet! Isso é entre nós dois! Venha me pegar e solte a menina! Você não quer apenas apertar o gatilho.. Quer enfiar a faca em mim e olhar dentro dos meus olhos enquanto gira a faca dentro do meu corpo..."
Bennet (visivelmente afetado): "Eu não preciso de armas! Eu não preciso de nada! Eu vou te pegar, John!"
Nossa, será que Bennet tinha uma quedinha por Matrix? Claro que nosso herói vence a luta e empala Bennet  com  um cano que libera vapor. Mais uma deixa para uma frase de efeito: "Libere essa pressão, Bennet!"

Pronto! John salva a filha, encontra o coronel (que chega no final convidando Matrix para voltar a trabalhar para ele), manda este se ferrar e volta para casa com Cindy (sugerindo que encontrou uma mãe para Jenny!). Final Feliz!

Mais algumas curiosidades sobre o filme:

- Schwarzenegger teve que fazer a maioria das proezas do filme, já que era muito difícil arrumar um dublê com um físico parecido com o do ator...

- Bennet, o vilão principal, seria interpretado por outro ator mas foi substituído em cima da hora por Vernon Wells, um pouco maior que o ator original. Entretanto, os produtores não tiveram tempo de substituir o figurino! É por isso que as roupas de Bennet parecem mal ajustadas (aliás, aquele colete de cota de malha é ridículo)...

- Rae Dawn Chong (Cindy) foi uma das primeiras protagonistas negras em um filme de ação...

- Se você prestar atenção nas cenas de perseguição de carros, verá que o carro amarelo de Sully amassa e desamassa ao longo da perseguição! O continuísta deveria ser despedido!

- A Versão do Diretor, que é a versão estendida, tem nada mais, nada menos do que UM minuto a mais! Trata-se apenas de um diálogo entre Cindy e Matrix falando sobre a mãe de Cindy, que morrera no parto.

- Em comemoração ao aniversário de 30 anos do filme, a Neca vai lançar este ano (provavelmente em agosto) uma action figure de 7 polegadas de John Matrix, com diversos acessórios! Já estou babando...

Por hoje é só! Até a próxima! Hasta la vista, baby!

quinta-feira, 4 de junho de 2015

OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS: o Brazilian Star Wars !!!


Aproveitando que STAR WARS está em alta novamente (o Episódio VII estreará daqui a alguns meses, em dezembro), aqui vou apelar para a minha veia nostálgica... OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS, na longa filmografia dos Trapalhões, tem a honra de ser um dos piores  e mais toscos filmes não apenas do grupo formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, mas talvez de toda a história do cinema brasileiro!
Quem passou a infância nos anos 80 com certeza lembra que uma presença certa nas férias (tanto em julho quanto em janeiro) era um filme novo dos Trapalhões!  Com direito a cinema lotado e guerra de pipocas, cada longa do quarteto era diversão garantida. 

Já era costume de Renato Aragão (nosso adorável Didi) aproveitar a onda de algum filme americano da moda e fazer a sua própria (e tosca) versão. Algum tempo antes, ele já havia lançado O Trapalhão no Planalto dos Macacos, com grande sucesso. Assim, em meio à febre provocada por Guerra nas Estrelas (como o Episódio IV era conhecido em seu lançamento), foi lançado, a toque de caixa, OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS. O nome e o cartaz lembravam o público da associação com o épico de George Lucas, o que contribuiu para o sucesso, mesmo com a qualidade duvidosa do longa tupiniquim. Filmado em vídeo (com jeitão de especial de TV) e repleto de cenas constrangedoras, o filme tem uma história rasa e interpretações vergonhosas.

Depois de toda essa resenha desfavorável, tenho que dizer que este é um dos meus filmes favoritos dos Trapalhões!!!!! Fazer o quê, está na minha memória afetiva, afinal eu cresci nos anos 80... 
Recentemente, adquiri um Box da Europa Filmes com 10 filmes dos Trapalhões, incluindo meus favoritos: O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão, Os Saltimbancos Trapalhões e este do qual estou falando. Ao revisitá-lo, pude vê-lo com mais clareza, o que me motivou a escrever este post.

É divertido ver a tosquice do longa, que tentou fazer as versões nacionais dos personagens originais. Pedrinho Aguinágua (na época considerado um dos homens mais bonitos do Brasil) fazia Flick, um Luke meio inexpressivo mas que se saía bem nas cenas de luta. Bonzo era um Chewbacca com cara de cachorro, embora eu sempre tenha achado a máscara de boa qualidade... Mas a versão mais constrangedora era Zucco, nosso Darth Vader brasileiro: o porte não era nada atlético, a roupa parecia um pijama e a máscara era torta! Assisti ao filme com meu filho de 8 anos e rolávamos no chão de tanto rir com as tosquices...


O longa inicia com uma interminável perseguição, que termina com o quarteto passando a noite em uma mata. Uma nave espacial (um brinquedo em chroma key!) aparece e de dentro sai Flick, um príncipe de um planeta distante que pede ajuda a nossos heróis, prometendo seu peso em ouro. Eles tentam recuperar um computador do vilão Zucco e salvar o planeta, passando por várias aventuras. Como em todos os filmes dos Trapalhões, o roteiro fraco traz os Trapalhões tentando conseguir alguma riqueza; Didi se engraçando com a mocinha (que, na maioria dos filmes, não dá muita bola pra ele - ao contrário deste) e invariavelmente ela ficava com o galã deixando nosso herói na mão. Com esse filme não é diferente. Cada membro do quarteto ganha uma companheira, mas no final, a noiva de Flick é desintegrada(!) e, de acordo com as leis do planeta, tem que ficar com a irmã da noiva, coincidentemente a companheira do Didi (que até aquele momento tinha decidido casar com a moça e ficar no planeta), em um dos momentos mais tristes dos filmes do quarteto! O pior é voltar na espaçonave na maior fossa enquanto os outros três estão na maior felicidade com as namoradas... Snif!



 É claro que no final nossos heróis ganham o ouro prometido e tudo fica bem! Agora algumas curiosidades do filme:

- A estranha língua em que Flick e Bonzo conversam são falas normais em ordem invertida!

- Ninguém percebe, mas o destino de Didi não é tão triste assim, pois apesar de Dedé, Mussum e Zacarias voltarem na nave com suas companheiras, quando eles acordam todos estão sozinhos; portanto Didi não foi o único a perder sua pretendente...

- O filme foi o primeiro a ter o quarteto completo, já que foi o primeiro a incluir Zacarias, além de Mussum, Didi e Dedé.

- Ao redor do mundo o filme é conhecido como Brazilian Star Wars e disputa com Dünyayi Kurtaran Adam (um longa turco) o título de pior versão estrangeira de Star Wars. Mesmo assim, é disputado a tapa por colecionadores gringos...

- Os Trapalhões na Guerra dos Planetas, mesmo com todos os seus defeitos, detém a terceira maior bilheteria da longa filmografia dos Trapalhões, só perdendo para O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão e Os Saltimbancos Trapalhões.

- É divertido ler as resenhas estrangeiras do filme... Os americanos simplesmente não entendem algumas cenas, como o "Entonce...!" e outros bordões repetidos por Didi, porque ele bate nos próprios companheiros nas brigas (rsrsrs) e porque ele rebola na frente da aranha gigante e de outros perigos (mais rsrsrsrs), situações a que nós, que assistimos ao Didi há décadas, estamos mais do que acostumados... Pensando bem, eu mesmo não sei qual é a graça, mas mesmo ao escrever essa linhas, eu ri sozinho! 

É com um certo saudosismo que eu encerro o post de hoje! Até a próxima!