Se você nunca ouviu falar de FOGO E AÇO, uma história em quadrinhos de ação, fantasia medieval e ficção científica, você não é o único. Aliás, ninguém nunca ouviu falar... Ela simplesmente nunca foi publicada! Mas ela (e a história de sua criação) é tão interessante que merece ser contada. Ou não, mas como o blog é meu (rsrsrs), lá vai...
Eu criei FOGO E AÇO quando era adolescente, ainda na faculdade, há mais de 20 anos. Sempre gostei de desenhar (o que não quer dizer que desenhava bem, rsrsrs), mas até aquele momento eu só tinha conseguido criar 2 histórias razoavelmente grandes, envolvendo um policial típico dos filmes de ação dos anos 80 (Máquina Mortífera, Duro de Matar, os primeiros filmes de Steven Seagal) com tiros, perseguições e pitadas de artes marciais (influências de filmes de ninja, Karate Kid, Bruce Lee, etc).
Dezenas de rascunhos e histórias inacabadas depois, eu desenhei, em um momento de inspiração, um anão guerreiro de barba e cota de malha. Hoje é fácil pensar em um personagem assim, mas naquela época um filme baseado em O Senhor do Anéis ou O Hobbit era impensável. Assim, eu não conhecia Gimli ou qualquer outro personagem de Tolkien: minha inspiração veio de um velho game chamado Golden Axe (para fliperama e Mega Drive), embora eu já conhecesse o mundo dos jogos de RPG, especialmente Dungeons and Dragons.
O rascunho que deu origem a FOGO E AÇO
Como gostei muito daquele desenho, pensei em uma história para o personagem. O título foi baseado em Fogo e Gelo, uma obscura animação de Ralph Bakshi.
Dividi a história em 3 atos. O primeiro mostra um mundo de fantasia medieval baseado nos filmes que eu curtia nos anos 80, como Conan, Krull, Willow, O Feitiço de Áquila, A Lenda e o desenho Caverna do Dragão.
O segundo ato envolve uma viagem no tempo e um futuro pós-apocalíptico em que destruição e tecnologia convivem juntos, como em O Exterminador do Futuro, Akira e Blade Runner; em especial este último, já que o visual do outro protagonista havia sido claramente inspirado no Deckard de Harrison Ford.
O terceiro e último ato retorna ao passado para o clímax envolvendo os dois personagens contra o grande inimigo e um plot twist que é a chave para a vitória. Tudo que naquela época, há mais de 2 décadas, já era clichê...
Embora nunca tenha sido um grande desenhista (só fazia para me divertir), muitos artistas importantes cujos gibis eu lia avidamente na época me influenciaram, principalmente Frank Miller, George Pérez e John Byrne. Além disso, em toda a história fica evidente a presença dos elementos que marcaram todas as minhas histórias, rascunhos e ideias: sequências de ação cinematográficas, onomatopéias americanizadas, ausência de personagens femininas (até hoje não sei desenhar mulheres - todas ficam parecendo travestis, rsrsrs) e as lutas envolvendo algum golpe ou fundamento de artes marciais.
Apesar de nunca ter sido publicada, tenho muito orgulho dessa história. Levei mais de 3 anos (entre 1996 e 1999) para concluir as 27 páginas e tive apenas um único leitor e fã: meu filho, que se apossou e leu a história, quase 20 anos depois... Acho que valeu a pena!
POR HOJE É SÓ! ATÉ A PRÓXIMA!
P.S.: algum dia crio coragem e disponibilizo a história para download... Quem sabe um dia...