domingo, 22 de maio de 2011

Análise: OLHO POR OLHO



Eu sei que já faz tempo que não posto nada no blog. A verdade é que não tenho tido tempo para assistir a muitos filmes, e vários ainda estão à minha espera na estante. Hoje vou comentar Olho por Olho (Elephant White) um filme a que assisti recentemente. Tive conhecimento dele ao assistir a um trailer (na verdade, era apenas uma cena) que não revelava nada e encerrava com o nome de seu diretor: Prachya Pinkaew.

Para grande parte do público, esse nome provavelmente não quer dizer nada. Entretanto, ele é tão significativo para os amantes dos filmes de pancadaria quanto Steven Spielberg, George Lucas e James Cameron o são para o cinema-pipoca!

Em 2003, Prachya Pinkaew dirigiu Ong Bak, um dos melhores filmes de artes marciais dos últimos tempos, lançando seu protagonista, Tony Jaa, ao seleto grupos dos grandes astros do gênero. O impacto do filme foi tão grande que teve dois efeitos: em primeiro lugar, fez com que Tony Jaa fosse comparado ao grande Bruce Lee. Além disso, Ong Bak foi o precursor de uma renovação no gênero (quase um sub-gênero). Com direção ou produção de Pinkaew, vários filmes foram lançados posteriormente (Nascido para Lutar, Guerreiro do Fogo, O Protetor, Chocolate, Os Meninos Super-poderosos, Ong Bak 2 e 3, entre outros), todos com as mesmas características: uso do Muay Thai e coreografias alucinantes, criativas e acrobáticas.

Olho por Olho é a primeira produção "ocidental" de Prachya Pinkaew. As aspas se devem ao fato de que ele ainda ambienta seu filme no submundo de Bangkok (capital da tailândia) e grande parte da equipe é tailandesa. Entretanto, a dupla de protagonistas veio do cinemão americano: Kevin Bacon e Djimou Hounsou.

Hounsou (Amistad, Diamante de Sangue, Heróis) é Church, um assassino profissional contratado por um milionário para eliminar uma quadrilha de traficantes de escravas (que as viciam em drogas e as obrigam a se prostituir para sustentar o vício) que sequestraram sua filha. Auxiliado por Bacon (seu fornecedor de armas), Church declara guerra aos bandidos. Em meio à matança, uma misteriosa ex-prostituta chamada Mae cruza seu caminho, com grandes consequências. O filme aborda toda a violência das gangues tailandesas, além de um misticismo simbolizado pela imponente figura de um elefante branco (que dá nome ao título internacional) que infelizmente não tem grande destaque na trama.

Olho por Olho decepciona quem espera a pancadaria e as coreografias de Ong Bak. Ainda assim existem muitas cenas de ação e lutas, embora o estilo siga mais de perto os filmes modernos com agentes secretos como a série Bourne (com Matt Damon) e Busca Implacável (com Liam Neeson), em que os protagonistas usam técnicas mais diretas e não tão estéticas, como o Krav Magá e o Kali. No final, o filme ainda reserva uma ou duas surpresas, que embora sejam comuns na filmografia americana ainda representam um requinte bem-vindo para um filme tailandês.

Para sua primeira co-produção americana, até que Prachya Pinkaew se sai bem. Entretanto, para um diretor que revolucionou os filmes de ação e artes marciais e conseguiu até se tornar uma marca (proeza que apenas um seleto grupo -os já citados Spielberg, Lucas e Cameron -conseguiu), ainda é pouco. Esperamos que seja só o começo...

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