domingo, 23 de dezembro de 2012

Análise: GUERREIRO


Guerreiro é um filme sobre MMA (mixed martial arts), o esporte que mais cresce atualmente, graças ao sucesso do UFC e de astros como Anderson Silva e Jon Jones. Elogiado pela crítica (até a revista Veja publicou uma resenha elogiosa), infelizmente foi lançado diretamente em DVD sem muito alarde.
O filme surpreende por mostrar mais do que apenas lutas brutais. A história é tão importante quanto a ação. Tommy Riordan (Tom Hardy, que fez o Bane em O Cavaleiro das Trevas Ressurge) retorna à sua cidade e reencontra o pai (Nick Nolte, em uma competente e até comovente atuação), que no passado era alcólotra e abandonou a família. Tommy começa a treinar em uma academia e revela-se tão casca-grossa que derrota facilmente o mais promissor atleta da equipe (combate que é filmado e vira hit na internet).



 Logo entra em cena o outro protagonista, Brendon Conlon (Joel Edgerton), um professor de física que vive feliz com sua família mas passa por problemas financeiros, e é obrigado a voltar aos ringues, embora esteja fora de forma O evento central do filme é um torneio de MMA chamado Sparta, que dará ao vencedor 5 milhões de dólares.



Claro que os dois acabam no torneio, onde várias histórias se entrelaçam: as motivações de Tommy (que tem um estilo brutal, praticamente invencível), os problemas de Brendon (a falta de forma, a pressão da esposa), o próprio torneio, com todo o circo da mídia (o plot mais fraco, tentando introduzir um pseudo-vilão russo) e, principalmente, o acerto de contas da família (dos filhos com o pai, dos irmãos que tomaram caminhos diferentes e do pai consigo mesmo).

Nem é spoiler dizer que os irmãos se enfrentam no clímax do filme, pois isso é mais do que esperado. Mas não se preocupe: o que acontece até lá é empolgante o suficiente para compensar a previsibilidade. Pessoalmente, eu gostaria que Tommy enfrentasse o lutador russo, o que geraria o combate mais arrasador, mas entendo que deixando o russo com Brendon o filme enfatize não apenas a superação de Brendon e valorize seu estilo de luta mas também deixe que a última luta seja o acerto de contas definitivo entre os irmãos. Um dos destaques é a diferença entre eles, resultado do caminho que cada um tomou e como isso moldou a personalidade e o modo de luta de cada um. Tommy é durão e transborda raiva e ressentimento, com um estilo bruto e rápido que mostra seu passado de jovem westler e fuzileiro. Já Brendon é calmo, gentil e tem o carinho da esposa e filhas; sua motivação é simplesmente prover a família. Seu estilo de luta é persistente, sem pressa, e essencialmente técnico, com ênfase no jiu-jitsu. 


Claro que não é nenhum filme de arte, mas se você gosta de filmes de luta e quer alguma coisa mais complexa ou pelo menos com um pouquinho de profundidade e focado não apenas nos combates mas também nos personagens, fica aqui a minha recomendação. 
Quer uma prova? Assisti com a minha esposa, e ela gostou!
Por hoje é só. Até a próxima!

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