quinta-feira, 4 de junho de 2015

OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS: o Brazilian Star Wars !!!


Aproveitando que STAR WARS está em alta novamente (o Episódio VII estreará daqui a alguns meses, em dezembro), aqui vou apelar para a minha veia nostálgica... OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS, na longa filmografia dos Trapalhões, tem a honra de ser um dos piores  e mais toscos filmes não apenas do grupo formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, mas talvez de toda a história do cinema brasileiro!
Quem passou a infância nos anos 80 com certeza lembra que uma presença certa nas férias (tanto em julho quanto em janeiro) era um filme novo dos Trapalhões!  Com direito a cinema lotado e guerra de pipocas, cada longa do quarteto era diversão garantida. 

Já era costume de Renato Aragão (nosso adorável Didi) aproveitar a onda de algum filme americano da moda e fazer a sua própria (e tosca) versão. Algum tempo antes, ele já havia lançado O Trapalhão no Planalto dos Macacos, com grande sucesso. Assim, em meio à febre provocada por Guerra nas Estrelas (como o Episódio IV era conhecido em seu lançamento), foi lançado, a toque de caixa, OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS. O nome e o cartaz lembravam o público da associação com o épico de George Lucas, o que contribuiu para o sucesso, mesmo com a qualidade duvidosa do longa tupiniquim. Filmado em vídeo (com jeitão de especial de TV) e repleto de cenas constrangedoras, o filme tem uma história rasa e interpretações vergonhosas.

Depois de toda essa resenha desfavorável, tenho que dizer que este é um dos meus filmes favoritos dos Trapalhões!!!!! Fazer o quê, está na minha memória afetiva, afinal eu cresci nos anos 80... 
Recentemente, adquiri um Box da Europa Filmes com 10 filmes dos Trapalhões, incluindo meus favoritos: O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão, Os Saltimbancos Trapalhões e este do qual estou falando. Ao revisitá-lo, pude vê-lo com mais clareza, o que me motivou a escrever este post.

É divertido ver a tosquice do longa, que tentou fazer as versões nacionais dos personagens originais. Pedrinho Aguinágua (na época considerado um dos homens mais bonitos do Brasil) fazia Flick, um Luke meio inexpressivo mas que se saía bem nas cenas de luta. Bonzo era um Chewbacca com cara de cachorro, embora eu sempre tenha achado a máscara de boa qualidade... Mas a versão mais constrangedora era Zucco, nosso Darth Vader brasileiro: o porte não era nada atlético, a roupa parecia um pijama e a máscara era torta! Assisti ao filme com meu filho de 8 anos e rolávamos no chão de tanto rir com as tosquices...


O longa inicia com uma interminável perseguição, que termina com o quarteto passando a noite em uma mata. Uma nave espacial (um brinquedo em chroma key!) aparece e de dentro sai Flick, um príncipe de um planeta distante que pede ajuda a nossos heróis, prometendo seu peso em ouro. Eles tentam recuperar um computador do vilão Zucco e salvar o planeta, passando por várias aventuras. Como em todos os filmes dos Trapalhões, o roteiro fraco traz os Trapalhões tentando conseguir alguma riqueza; Didi se engraçando com a mocinha (que, na maioria dos filmes, não dá muita bola pra ele - ao contrário deste) e invariavelmente ela ficava com o galã deixando nosso herói na mão. Com esse filme não é diferente. Cada membro do quarteto ganha uma companheira, mas no final, a noiva de Flick é desintegrada(!) e, de acordo com as leis do planeta, tem que ficar com a irmã da noiva, coincidentemente a companheira do Didi (que até aquele momento tinha decidido casar com a moça e ficar no planeta), em um dos momentos mais tristes dos filmes do quarteto! O pior é voltar na espaçonave na maior fossa enquanto os outros três estão na maior felicidade com as namoradas... Snif!



 É claro que no final nossos heróis ganham o ouro prometido e tudo fica bem! Agora algumas curiosidades do filme:

- A estranha língua em que Flick e Bonzo conversam são falas normais em ordem invertida!

- Ninguém percebe, mas o destino de Didi não é tão triste assim, pois apesar de Dedé, Mussum e Zacarias voltarem na nave com suas companheiras, quando eles acordam todos estão sozinhos; portanto Didi não foi o único a perder sua pretendente...

- O filme foi o primeiro a ter o quarteto completo, já que foi o primeiro a incluir Zacarias, além de Mussum, Didi e Dedé.

- Ao redor do mundo o filme é conhecido como Brazilian Star Wars e disputa com Dünyayi Kurtaran Adam (um longa turco) o título de pior versão estrangeira de Star Wars. Mesmo assim, é disputado a tapa por colecionadores gringos...

- Os Trapalhões na Guerra dos Planetas, mesmo com todos os seus defeitos, detém a terceira maior bilheteria da longa filmografia dos Trapalhões, só perdendo para O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão e Os Saltimbancos Trapalhões.

- É divertido ler as resenhas estrangeiras do filme... Os americanos simplesmente não entendem algumas cenas, como o "Entonce...!" e outros bordões repetidos por Didi, porque ele bate nos próprios companheiros nas brigas (rsrsrs) e porque ele rebola na frente da aranha gigante e de outros perigos (mais rsrsrsrs), situações a que nós, que assistimos ao Didi há décadas, estamos mais do que acostumados... Pensando bem, eu mesmo não sei qual é a graça, mas mesmo ao escrever essa linhas, eu ri sozinho! 

É com um certo saudosismo que eu encerro o post de hoje! Até a próxima!

3 comentários:

  1. Oi gostaria de saber qual desses filmes o mussum está no deserto e quando vai urinar só sai areia,me recordo da cena mais não sei qual o nome do filme se pode ajudar aí?

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  2. Oi gostaria de saber qual desses filmes o mussum está no deserto e quando vai urinar só sai areia,me recordo da cena mais não sei qual o nome do filme se pode ajudar aí?

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