O
mais influente filme de kung fu de todos os tempos. A última obra completa de
Bruce Lee. O maior clássico de artes marciais da história. O meu filme
favorito. Todas essas descrições podem ser aplicadas a um único filme.
Nesta
quarta-feira, dia 30 de setembro de 2015, a Rede Cinemark forneceu a mim e a
todos os fãs da obra máxima de Bruce Lee uma chance única: assistir a OPERAÇÃO DRAGÃO no cinema, com som
estéreo e alta definição! É claro que não desperdicei essa oportunidade. Entrei
na sala de cinema (sozinho, como alguns filmes merecem ser apreciados), me acomodei
na poltrona, peguei a pipoca e o refrigerante e voltei no tempo, na época em
que qualquer cinema de rua (é, quando eles ainda existiam) exibia filmes de
kung fu – principalmente os de Bruce Lee!
Começando a sessão...
Vamos
aproveitar para falar um pouco sobre esse clássico. Lançado em 1973, o filme
introduziu a pancadaria no cinema mainstream
e consolidou a imagem de Bruce Lee como maior astro dos filmes de artes
marciais. Pena que o astro não conseguiu aproveitar o sucesso, já que faleceu
semanas antes do lançamento do filme que o consagraria no Ocidente. O grande
trunfo era a presença de Bruce Lee, o destaque absoluto do filme. Tanto que os
títulos iniciais Blood & Steel (Sangue e Aço) e The Deadly Three (Os Três
Letais) foram substituídos por Enter The Dragon (algo como Que Entre O Dragão),
deixando claro quem manda na história, apesar de o roteiro também contemplar outros
dois protagonistas de etnias diferentes (o branco John Saxon e o negro Jim
Kelly). Originalmente, Hoper (vivido por Saxon) seria o personagem principal,
mas quando viu Lee em ação percebeu quem seria a estrela do filme.
John Saxon e Jim Kelly
Lee
faz o papel de um membro do Templo Shaolim que se infiltra em um torneio de
artes marciais na ilha do sr.Han (Shih Kien), um ex-discípulo do Templo que se
tornou um poderoso criminoso. Sua missão é desbaratar a organização de Han,
cujo torneio serve para recrutar membros para suas atividade de tráfico de
drogas e prostituição. Os personagens de Saxon e Kelly são lutadores que também
participam do torneio e que acabam auxiliando o herói. De quebra, acaba
vingando a morte da irmã nas mãos de Oharra (Bob Wall), principal capanga de
Han. Vemos várias figuras conhecidas da filmografia marcial, como Bolo Yeung,
Angela Mao (como a irmã de Lee), Sammo Hung e até Jackie Chan, em uma participação
de 2 segundos!
Angela Mao, no papel da irmã de Lee.
Bolo Yeung, ainda jovem e desconhecido...
Jackie Chan: se você piscar, perde a cena dele...
As cenas de luta, coreografadas pessoalmente por Lee, destacam-se até hoje por sua violência realista e o carisma do ator principal. Tão importantes quanto os golpes, as poses de guarda de Lee tornaram-se tão icônicas quanto os chutes e socos...
Claro que a melhor cena é o clímax na sala de espelhos, cujo efeito até hoje impressiona.
Não
é fácil explicar a importância de OPERAÇÃO DRAGÃO. Os filmes de kung fu já eram
populares na Ásia (principalmente em Hong Kong), mas OPERAÇÃO DRAGÃO foi o
primeiro filme de artes marciais de grande orçamento (quase 1 milhão de dólares,
uma soma considerável para a época) financiado por um grande estúdio americano
(no caso, a Warner Brothers).
OPERAÇÃO DRAGÃO influenciou não apenas os filmes de artes marciais
que o sucederam, mas todo o segmento de filmes de ação. Basta analisar o
perfil dos heróis de ação dos anos 70 até hoje: não importa se é bonzinho,
durão, malandro ou bad boy; praticamente todo protagonista precisa ser treinado
em alguma arte marcial. Pense em James Bond (007), Batman, Sherlock Holmes (a versão de Robert Downey Jr.),
Jason Bourne, Martin Riggs (Mel Gibson em Máquina Mortífera), Brian Mills (Liam
Neeson em Busca Implacável), todo o núcleo principal(!) de Velozes e Furiosos e até o Spock nos novos
filmes de Star Trek; todos são especialistas em combate. Sem contar os astros
de ação que já eram lutadores, como Jackie Chan, Jet Li, Jean Claude Van
Damme, Steven Seagal, Dolph Lundgren, Wesley Snipes e os que enganavam bem,
como os astros da pancadaria Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone e Bruce
Willis.
Todos devem pagar tributo a OPERAÇÃO DRAGÃO, e, principalmente, ao
grande mestre Bruce Lee. Talvez se não fosse por ele, alguns filmes como
MATRIX, O TIGRE E O DRAGÃO e KILL BILL nem existiriam... Ou, arrisco dizer,
todo um gênero. Obrigado, Lee!
Por hoje é só! Até a próxima!