terça-feira, 11 de agosto de 2009

Análise: MASSACRE NO BAIRRO CHINÊS


Quando se anuncia um novo filme de Jackie Chan, seus fãs (nos quais eu me incluo) sempre aguardam ansiosamente. Com Massacre no Bairro Chinês (Shunjuku Incident, 2009) não foi diferente. Infelizmente, como a maioria dos seus filmes chineses, foi lançado diretamente em DVD (fazendo muito sucesso nas locadoras, diga-se de passagem). O título nacional é um capítulo à parte: quase todos os filmes de Jackie recebem títulos horrorosos (New Police Story virou A Hora do Acerto; Rob-B-Hood virou Três Ladrões e um Bebê; e o pior deles foi com Armour of God 2 - Operation Condor: Um Kickboxer Muito Louco!). Massacre no Bairro Chinês é uma referência a Massacre no Bairro Japonês (Showdown in Little Tokio, uma boa tradução, por sinal), um filminho B de ação com Dolph Lundgreen e o saudoso Brandon Lee... Até que o título encaixa na história de Shunjuku Incident, mas que é forçado, isso é!
Os rumores iniciais que indicavam que o longa não seria um filme "típico" de Jackie Chan se revelaram verdadeiros. É uma história dramática sobre imigrantes ilegais chineses no Japão que se envolvem em crimes para sobreviver. Jackie é Nick, um mecânico de tratores na China que resolve ir ao Japão atrás de sua namorada, que desapareceu. Chegando ilegalmente lá, foge das autoridades e busca abrigo na casa de um amigo, Joe (Daniel Wu). Nick logo se dá conta da difícil situação que seus colegas se encontram. É claro que o filme aborda um tema recorrente na filmografia chinesa, a rivalidade entre chineses e japoneses. Nick acaba se envolvendo com membros da yakuza, o que terá graves consequências.
Vários aspectos se destacam no filme. A mais notória e polêmica é a completa ausência de lutas marciais e humor! É isso mesmo, Jackie NÃO luta no filme (pelo menos não da maneira à qual estamos habituados - e viciados), assim como vários atores veteranos como Ken Lo e Yasuaki Kurata! Jackie mais uma vez representa um papel totalmente dramático, provando mais uma vez seu talento. Além disso, apesar do personagem de Jackie ser essencialmente um bom homem, as circunstâncias fazem com que ele faça coisas que, em se tratando de Jackie Chan, dificilmente imaginaríamos (ele comete diversos crimes, adere ao sexo pago, rouba e até mata a serviço da máfia japonesa! ). O personagem de Daniel Wu também passa por uma radical transformação, pois no início ele é um babaca chorão e após uma tragédia se torna um babaca delinquente (que, na minha opinião, ele sabe fazer muito bem, hehehe). Devido à temática e a algumas cenas de violência (principalmente duas cenas de mutilação), o filme foi proibido na China. A cena do flashback que mostra Jackie jovem, com menos de 20 anos, impressiona pela semelhança do ator com Jackie (parece até que utilizaram a mesma técnica de O Curioso Caso de Benjamin Button para "rejuvenescer" digitalmente o astro, embora eu ache que apenas utilizaram um ator muito parecido).
É um filme muito bom, desde que seja avaliado como um drama sobre imigrantes ilegais e seu envolvimento com o crime organizado. Repetindo, não espere grandes cenas de ação e lutas! Isto pode ser encarado como seu ponto fraco: convenhamos, quem assiste um filme de Jackie Chan espera um filme de ação, não um drama (ainda mais considerando que ele consegue conciliar os dois gêneros, como em New Police Story, Crime Story e Coração de Dragão). Entretanto, é sempre revigorante que ele tente mudar um pouco de estilo, priorizando as interpretações e a história! Se você também partilha dessa opinião, confira sem medo!
Obs.: o DVD (Califórnia Filmes) é simplesmente lamentável! É em fullscreen e dublado em português e inglês (não tem áudio original!) e não tem extras decentes, apenas ficha técnica, sinopse e trailers (um dos trailers iniciais é de B13: Ultimato, a continuação do cultuadíssimo 13o Distrito, com David Belle e Cyril Rafaeli; deve ser um filmaço).
Como eu sempre digo, como é duro ser colecionador no Brasil!

Jackie Chan e Daniel Wu, antes do envolvimento com o crime organizado.

4 comentários:

  1. Eu assisti uma cópia do DVD de Hong Kong com o áudio original. É bem interessante num mesmo filme ter personagens falando japonês, cantonês e mandarim.

    Essa cópia nacional, apesar de dublada em inglês, pelo menos é em widescreen, né? Menos mal.

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  2. Onari, soube que você trabalhava com formigas, é verdade?! se sim me mande um email que gostaria de trocas umas palavras com você!

    Odilton jr.

    odiltonjunior@hotmail.com

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  3. Eu errei, Takeo! è em fullscreen! É pior do que a encomenda, eu sei. Já corrigi o blog!

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  4. Esse filme é muito ruim e seu final é de vomitar as tripas.
    Um dos piores entre os filmes que o Jack fez fora do circuito norte-americano. Valeu.

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