domingo, 20 de maio de 2018

Análise: WOLF WARRIOR 2 (2017)


Quem acompanha o ONARI BLOG desde o começo deve ter notado que o perfil do blog mudou com o passar dos anos. Ainda que a proposta sempre tenha sido comentar todos os aspectos da cultura pop/nerd, no início (e já se vão 9 anos...)  o enfoque era essencialmente os filmes de kung fu. Entretanto, com o tempo, os filmes de ação, ficção e super-heróis, HQs, games, livros e action figures acabaram tomando a maior parte do conteúdo do ONARI BLOG  e os artigos, resenhas e críticas sobre filmes de artes marciais foram se tornando cada vez mais raros. Eles só entram na pauta do blog quando o filme é realmente muito bom ou relevante.
É o caso de WOLF WARRIOR 2, filme estrelado, dirigido, produzido e co-escrito (ufa!) pelo astro Wu Jing. O filme se destaca por vários aspectos, mas o principal é que o longa é o filme chinês mais bem-sucedido de todos os tempos, tendo faturado cerca de 870 milhões de dólares! Pelo menos dentro da Ásia, tem a maior bilheteria da história, desbancando os blockbusters americanos (pelo menos por enquanto...).

Mas antes de falar da segunda parte, vamos falar um pouquinho de WOLF WARRIOR, o primeiro filme, já que WOLF WARRIOR 2 é obviamente a sua continuação.


Quem conhece Wu Jing (Comando Final, SPL 2, Alvo Invisível, Contato Fatal) já sabe do que ele é capaz. Com suas habilidades marciais e acrobáticas, é um dos maiores astros de filmes de artes marciais da atualidade, embora seja meio desconhecido no Ocidente. Quando dirigiu WOLF WARRIOR, em 2015, Wu Jing quis fugir um pouco da fórmula dos filmes de kung Fu de Hong Kong. Produzido na China continental, o filme ressalta o orgulho patriótico chinês e parece até uma propaganda de seu poderio militar. Jing é Leng, um atirador de elite do exército chinês que foi punido por desobedecer ordens diretas. Devido  a suas habilidades, é realocado em um grupo secreto de elite, os Lobos Guerreiros. Em meio a um treinamento de manobras militares, Leng e seus companheiros são designados para defender a fronteira da China contra mercenários, liderados por Tom Cat, vivido por Scott Adkins, que, é claro, luta com Leng no clímax do filme.


Devido ao sucesso do longa, Wu Jing lançou em 2017 a sua continuação, que ultrapassou todas as expectativas.



WOLF WARRIOR 2 continua de onde o primeiro parou. Ainda que preserve as características do original (patriotismo chinês, ação com enfoque militar, artes marciais e explosões, um leve interesse romântico para o herói e um astro ocidental como antagonista), o longa abraça com mais intensidade a diversão e a pirotecnia, com várias cenas impossíveis e grandiosas, fazendo do protagonista quase um super-herói, lembrando as proezas de Vin Diesel e The Rock na franquia Velozes e Furiosos. Isso fica claro na cena que abre o filme, em que o navio no qual Leng trabalha (depois se explica porque ele abandonou o serviço militar) é atacado por piratas africanos e ele, sozinho e desarmado (!), mergulha no mar, tira todos do bote, luta com eles embaixo da água e neutraliza os outros, sem precisar tomar ar! E tudo isso antes do título aparecer na tela!


Depois dos créditos, começa a história propriamente dita. Empenhado em uma missão pessoal de vingança, Leng está trabalhando na África quando se vê em meio a uma guerra civil, pois uma milícia rebelde ataca a região onde ele mora, assolada por uma doença sem cura conhecida. Liderando um pequeno grupo de sobreviventes, ele consegue abrigo na embaixada chinesa. Lá, ele se incumbe de duas missões: resgatar o doutor Zhen, um médico que está desenvolvendo uma vacina para a praga, e salvar a mãe de seu afilhado que trabalha em uma fábrica perto dali.


É claro que as coisas ficam mais difíceis do que ele esperava. Ele se envolve com uma médica, a assistente do doutor Zhen (a belíssima atriz Celina Jade) e acaba tendo que salvar não apenas a mãe de seu afilhado, mas todos os chineses e africanos que trabalham na fábrica. Como esta se localiza em uma zona de guerra, a ONU não permite que o exército chinês intervenha, obrigando Leng a contar apenas com as suas (incríveis) habilidades e a ajuda de um punhado de aliados. A pedra no seu sapato vai ser Big Daddy, o mercenário interpretado por Frank Grillo (visto mais recentemente como Brock Rumlow, o agente que trai o Capitão América em O SOLDADO INVERNAL e vira o Ossos-Cruzados no início de GUERRA CIVIL).


Com grandes explosões e cenas de ação de tirar o fôlego - com destaque para uma batalha entre tanques de guerra e a luta final entre Jing e Grillo -, o filme acerta ao tirar o foco das manobras militares do primeiro filme e destacar as lutas corpo a corpo que são a especialidade de Wu Jing, ao mesmo tempo em que tenta dar mais profundidade ao enredo incluindo temas atuais como Política Internacional e guerras civis na África.

Incomparavelmente melhor que o primeiro, WOLF WARRIOR 2 merece o sucesso que teve. E que venha a terceira parte! Duvida que vai ser produzida a toque de caixa? Aqui vai um pequeno spoiler: veja a cena pós-créditos...

Por hoje é só! Até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário