quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O VAMPIRISMO NOS DIFERENTES GÊNEROS - Terror, Ficção, Comédia, Romance e até Artes Marciais!


As lendas dos vampiros são uma grande fonte de inspiração para o cinema. É claro que o gênero mais comum para os mortos-vivos sugadores de sangue é o terror, mas praticamente todos os outros já beberam na fonte.
A principal referência é o romance Drácula, de Bram Stoker. Escrito em 1897 e baseado em um personagem real (o príncipe Vlad, "o empalador", que unificou a Romênia expulsando os turcos), o livro consolidou a imagem do vampiro que se tornou o padrão para todas as histórias posteriores sobre o tema (elementos de sexualidade e sedução, paradoxalmente vinculados com morte e peste). O primeiro filme baseado na lenda foi o clássico Nosferatu, de 1922 (o diretor F.W.Murnau mudou o nome para não pagar os direitos autorais a Stoker) em que o protagonista (Max Schreck) assemelha-se a um roedor, caracterização também adotada na refilmagem de 1979 (com Klaus Kinski). O filme London After Midnight (1927) codificou a imagem do vampiro, com a indefectível capa preta. Mas foi com Drácula (1931), dirigido por Ted Browning, que a figura clássica do conde vampiro ficou eternizada na caracterização de Bela Lugosi, que repetiu o papel em vários filmes posteriores. Na década de 1950, a produtora Hammer dissemina o personagem como um vilão tradicional (com enfâse na violência, na sensualidade e na angústia interior), sob a figura de Christopher Lee, que não raro, era antagonizado por outro célebre personagem do livro de Stoker, o Dr. Abraham Van Helsing (este, por sua vez, imortalizado por Peter Cushing). Nas décadas seguintes o tom era mais cômico, como nos programas de TV Os Monstros e Don Drácula e, no cinema, A Dança dos Vampiros (1967), Rock Horror Picture Show (1975) e Amor à Primeira Mordida (1979). Drácula, de 1979, é mais fiel ao romance, mas os anos 80 caracterizam-se por apresentarem versões mais jovens e modernas, como em A Hora do Espanto (1985) e Garotos Perdidos (1987), despertando o interesse da geração MTV. Mais recentemente, filmes com vampiro procuraram priorizar a ação e os efeitos especiais, como em Vampiros de John Carpenter (1998), Drácula 2000 (este reinterpretou a lenda, revelando como a origem do conde ninguém menos que Cain!), Entrevista com o Vampiro (1994), baseado em um dos livros de Anne Rice, e a série de TV Buffy. A versão mais romântica e fiel do livro é o espetacular filme de Francis Ford Coppola, Drácula de Bram Stoker (1992), resgatando a personalidade sedutora, apaixonada e atormentada do vampiro (em uma magistral performance de Gary Oldman). Atualmente, esta é a versão mais propagada, graças ao sucesso da escritora Stephenie Meyer, da saga Crepúsculo (que já iniciou uma bem-sucedida carreira no cinema) e da série de TV True Blood, ambos apresentando vampiros apaixonados em uma constante dúvida entre preservar a pessoa amada e abraçar sua natureza vampírica.

Além do terror, da comédia e do romance, outros gêneros abordam o tema do vampirismo. Na ficção científica, os vampiros significam um perigo para a integridade da espécie humana inteira, mas aparecem mais como zumbis, como em Força Sinistra (1985) e Eu Sou a Lenda (2007).
Os dentuços estão até em filmes de ação desenfreada e estética de quadrinhos, como Van Helsing (2003) e a série Blade (esta realmente saída das histórias em quadrinhos).



Até o nosso gênero favorito, os filmes de kung fu, têm os seus exemplos: A Liga Contra o Mal (um caça-níqueis fraquinho, apesar da participação de Jackie Chan) e Caçadores de Vampiros de Tsui Hark. Este último é inacreditável de tão ruim! Apesar de algumas coreografias interessantes, o roteiro é incrivelmente confuso (cá entre nós, como em todas as produções de Tsui Hark) e os vampiros se resumem a bonecos pendurados no teto! É de gargalhar (pena que não é comédia)...


Enfim, seja no gênero em que foi consagrado (o terror), seja em gêneros aparentemente distintos (comédia, romance, ficção e até nossos adorados filmes de kung fu), a verdade é que os vampiros sempre estão em evidência no cinema.
A propósito (ainda que um pouco atrasado), feliz Halloween!

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