domingo, 6 de dezembro de 2009

Análise: DISTRITO 9


O principal trunfo de Distrito 9 é ter como produtor ninguém menos que Peter Jackson, o diretor dos megablockbusters King Kong e O Senhor dos Anéis. Logo, espera-se que seja um filme de ficção científica de grande orçamento. Entretanto, o filme é relativamente barato (30 milhões de dólares) e é dirigido pelo novo protegido de Jackson, o estreante Neill Blomkamp. Apesar das limitações, faz bom proveito do baixo orçamento e a história tem uma abordagem interessante. Como é contado no prólogo (na forma de um documentário), a terra foi invadida por aliens, cuja enorme nave-mãe pousa (na verdade, fica imóvel no ar) em Joanesburgo, na África do Sul. Os alienígenas, logo apelidados de "camarões" são confinados em um acampamento que logo vira uma imensa favela. 20 anos depois, a nave permanece nos céus da cidade e a favela (o tal Distrito 9), como qualquer favela de uma grande cidade, virou um problema, assolada por crime, doenças e marginalidade. Os "camarões" são alvo de preconceito por parte dos cidadãos, e a analogia com o racismo e o apartheid da África do sul é tão evidente que nem se pode falar de analogia. O protagonista é Wilkus (Sharlto Copley) funcionário da MNU, empresa que controla a população alienígena, e que recebe a missão de notificar todos os aliens a respeito de sua remoção para uma área afastada da cidade, para diminuir a pressão dos humanos.

Após um acidente, Wilkus se torna um dos homens mais procurados do mundo, e sua única saída é se refugiar no lugar mais improvável: o Distrito 9. Combinando bons efeitos com cenas de ação violentas e nervosas o filme tem soluções visuais surpreendentes considerando o baixo orçamento, apesar de alguns clichês (o herói relutante que muda de lado ao ser obrigado a rever os seus conceitos, o policial violento como "chefão de fase final" e o companheiro que retorna para salvar outro). Distrito 9 termina um tanto quanto inconclusivo, com uma deixa para uma continuação (Distrito 10 já está nos planos dos produtores). Como fã de filmes de ficção científica despretensiosos mas inventivos, torço para que o boato se concretize. Até a próxima!

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