sábado, 4 de setembro de 2010

Análise: ONG BAK 3


Em 2003, um filme tailandês de artes marciais chamou a atenção do mundo ao apresentar uma nova estrela, Tony Jaa. Ong Bak contava a história de um jovem guerreiro que tentava recuperar a cabeça de uma estátua de Buda que protegia a sua vila. O longa se destacou por mostrar o Muay Thai, a arte marcial tailandesa, de uma maneira nunca antes vista. Protagonizando acrobáticas e brutais lutas e cenas de ação inventivas e perigosas, Tony Jaa foi considerado "o novo Bruce Lee". Estava inaugurado o novo cinema de ação tailandês, pois os produtores lançaram vários filmes nos mesmos moldes: Nascido para Lutar (com Dan Chupong, outra estrela das artes marciais), O Protetor (outro filme com Tony Jaa, ainda melhor que Ong Bak), Guerreiro do Fogo, Chocolate (com a adolescente Jeeja Yanin), Os Meninos Superpoderosos (com crianças!), entre outros.
Em 2008, Tony Jaa dirigiu a aguardadíssima sequência de Ong Bak. O roteiro inovou ao retroceder no tempo e contar a história de (acho) um antepassado do protagonista do original. Tien (Jaa) é filho de um nobre que é emboscado pelo vilão, que é coroado imperador. O garoto escapa e é acolhido por um clã de guerreiros peritos em diversos estilos de luta. Tien aprende todas as artes marciais e logo é considerado o sucessor do líder do clã, que o criou. Ao longo do filme, o protagonista descobre que o atual imperador é o responsável pela emboscada de seu pai e, no clímax, é obrigado a lutar com seu pai adotivo (o tal líder do clã), descobrindo que ele foi o assassino que matou o seu pai! No final, Tien é capturado pelo imperador e, segundo uma narração, é torturado e morto. A última cena apresenta Tony Jaa com um bigode, sugerindo um descendente e uma suposta continuação.
Após os atrasos na produção de Ong Bak 2, muito se especulou sobre uma terceira parte da saga. Boatos à parte, Ong Bak 3 foi lançado este ano, com direção de Jaa e de Panna Ritikrai (seu mentor e diretor da primeira parte).



O terceiro filme começa exatamente onde o segundo parou, com a captura de Tien. Severamente torturado, ele é resgatado pelos Kana Khone, integrantes da vila de sua amiga de infância. Após uma dolorosa recuperação, ele desenvolve um novo estilo de luta, baseado em uma dança sagrada praticada pela tal amiga (uma graça, aliás). Orientado por um monge, decide encarar seu destino e confrontar seus inimigos. As lutas continuam sensacionais, porém sem o fator novidade que caracterizou os primeiros trabalhos de Tony Jaa. Se na segunda parte o protagonista demonstra técnicas de diversos estilos (kung fu, kendô, jiu-jitsu, muay thai), no terceiro filme ele utiliza apenas o estilo da dança, o que achei decepcionante, apesar de estiloso. O roteiro é o mais confuso dos três, intercalando elementos espirituais com magia negra (personificada por Dan Chupong, o vilão do filme).
A luta final, com o confronto das duas maiores estrelas do cinema de ação tailandês, Dan Chupong e Tony Jaa, poderia ter rendido mais (será que nosso grau de exigência está alto demais?)... Além disso, Tony Jaa viaja na maionese em uma sequência absurda de retrocesso no tempo. Confesso que não entendi nada. Mas como eu vivo dizendo, para quem gosta de filme de artes marciais, o que menos importa é a história. Se você pensa assim, ignore o enredo e curta as lutas brutais que são características de Tony Jaa.

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