quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Análise: GIGANTES DE AÇO



A princípio, Gigantes de Aço (Real Steel, 2011) parece mais um filme de pancadaria entre robôs, uma fórmula que aparentemente veio para ficar, a exemplo do sucesso da franquia Transformers. O diretor, Shawn Levy, não inspirava muita confiança, pois é um especialista em comédias, tendo dirigido Uma Noite no Museu. Entretanto, apesar da história previsível (com alguns minutos você já sabe como o longa vai acabar), Gigantes de Aço consegue cumprir o que promete: diversão emocionante para toda a família. Deve ter tido a mão dos produtores Robert Zemeckis e Steven Spielberg, especialistas em diversão com toque oitentista.



Num futuro próximo (2020), as lutas de boxe tradicionais foram substituídas por lutas entre robôs (para satisfazer o apetite das platéias por violência). Hugh Jackman (carismático como sempre) é Charlie Kenton, um ex-boxeador que ganha a vida com apostas, colocando robôs capengas em lutas clandestinas. Endividado até o pescoço, recebe a notícia da morte de uma ex-namorada, com quem teve Max, um filho de 11 anos que não vê desde que este nasceu. Os tios ricos do menino querem adotá-lo, e Charlie concorda em vender (!) a guarda do filho. Como eles estão de viagem marcada, Charlie concorda em ficar um mês com o garoto antes de entregá-lo. É aí que entra um dos trunfos do filme, Dakota Goyo, que faz o papel de Max.



Dizer que o menino carrega o filme nas costas é até injusto com Hugh Jackman, mas não deixa de ser verdade. A partir daí, a história trata do clichê mais que batido do resgate da relação pai-filho, remetendo a clássicos como O Campeão, Falcão - O Campeão dos Campeões, entre outros. Quando a dupla encontra num ferro-velho um robõ sparring (ns palavras de Kenton, "ele aguenta muita pancada, mas não sabe bater"), o garoto o chama de Atom e insiste para o pai colocar o robô para lutar. Mesmo deixando claro que Atom é uma máquina, o filme consegue transmitir alma ao robô, que seria a grande estrela do longa, caso o carisma da dupla de protagonistas deixasse a desejar (o que felizmente não acontece). O filme ainda tenta conciliar outros plots, mas que acabam ficando em segundo plano, como o interesse romântico de Charlie, a maravilhosa Evangeline Lilly (conhecida como a Kate de Lost), que brilha sempre que aparece.



Guiado por comandos de voz ou imitando os movimentos de Charlie ou Max, Atom acaba se destacando no circuito alternativo de lutas. O clímax é a luta entre Atom e Zeus, o invencível campeão da liga principal (a Real Steel do título original). A luta lembra muito o clássico Rocky-Um Lutador, e é impressionante como a edição consegue deixar uma luta de robôs digitais vibrante como uma luta de verdade. Mesmo no meio da pancadaria, em um momento brilhante (o olhar emocionado de Max direcionado não a Atom, mas ao pai), o filme não nos deixa esquecer que mais importante do que a luta, é o amor entre pai e filho e o reencontro de um ex-campeão com o lutador que ele tinha dentro de si.




Como eu disse antes, previsível, mas nem por isso menos emocionante. Definitivamente, é entretenimento de primeira para toda a família. Eu comprovei isso, pois fui ao cinema com minha mulher e meus dois filhos. Enquanto eu e o menino vibrávamos com a pancadaria, minha mulher e minha filha suspiravam com o romance e choravam no final... Hehehe... Se era isso que o diretor Shawn Levy pretendia, missão cumprida! Pela diversão,nota 9!

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