sábado, 12 de dezembro de 2009

RECEITA DO COZIDO DO MESTRE YODA

"Paciência! Para o Jedi também hora de comer é. Coma, coma. Quente... Comida boa, não? Boa, hmmm" - Mestre Yoda
Para variar, ao invés de comentários e resenhas de filmes, DVDs, games e quadrinhos, que tal uma receita? É, eu sei que provavelmente a maioria das pessoas que acessam este blog não sabe nem fritar um ovo (desculpem se estou errado), mas a receita é tão curiosa que vale a pena divulgar, e não deixa de ter a ver com os assuntos do blog.
Em O Império Contra-Ataca, o velho mestre jedi Yoda prepara um cozido ao seu futuro aprendiz, Luke Skywalker. Na época do lançamento do filme, no distante ano de 1983, o chef e crítico culinário Craig Claiborne (1920-2000) foi convidado pela Lucasfilm para recriar, com ingredientes terráqueos, o prato. O site Omelete traduziu a receita (divulgada no site oficial de Star Wars e adaptado com ingredientes do Brasil), que reproduzo aqui. Quem quer tentar?
Ingredientes (serve oito porções)
· 1,5 quilo de carne de cordeiro sem gordura (ou outro tipo de carne)
· Sal a gosto
· Pimenta do reino moída na hora (a gosto)
· 6 colheres de sopa de óleo vegetal
· 6 xícaras de salsinha picada
· 3 xícaras de cebolas cortadas bem finas
· 1 colher de sopa de alho cortado bem fino
· 2 colheres de chá de coentro
· 2 colheres de chá de cominho
· 1 colher de chá de curcuma
· 2 colheres de sopa de gengibre moído
· 1 colher de chá de pimenta chili picada
· 1/4 de colher de chá de cardamomo
· 1/4 de colher de chá de canela em pó
· 1 folha de louro
· 1,5 quilo de espinafre limpo

Modo de preparo
1. Corte a carne em cubos com 2,5 centímetros e adicione sal e pimenta.
2. Aqueça metade do óleo em uma frigideira e adicione a carne, dourando todos os lados.
3. Aqueça o óleo restante em uma panela funda e coloque a salsinha, cebolas e alho. Cozinhe e mexa bem, até que as cebolas estejam refogadas. Junte a carne, o coentro, o cominho, a curcuma, o gengibre, a pimenta, o cardamomo e a canela a folha de louro. Experimente e adicione sal e pimenta a gosto. Mexa.
4. Adicione água para cobrir a mistura, ferva e tampe a panela. Deixe cozinhando por duas horas ou duas horas e meia, até que a carne fique macia.
5. Enquanto isso, coloque o espinafre em uma panela com água fervente com sal e deixe durante cinco minutos. Retire e seque, passando a seguir na água fria. Seque totalmente.
6. Aperte as folhas para remover todo o líquido em excesso. Pique em uma tábua. Com o cozido pronto, adicione o espinafre e misture. Deixe descansando durante cinco minutos e sirva.

A propósito, eu nunca tentei fazer este prato. Cá entre nós, cordeiro com espinafre ninguém merece, né? Mas como nunca comi, não sei dizer se é bom. Se alguém se dispuser a fazer, comente! Bom apetite e que a força esteja com vocês!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

FINALMENTE! BOX KARATE KID!


A trilogia Karate Kid é um clássico dos anos 80 e da Sessão da Tarde. Já comentei os filmes em vários tópicos, e um dos detalhes mais interessantes é que as duas continuações já haviam sido lançadas em DVD (apesar de já estarem fora de catálogo há anos), mas o original (considerado por muitos como o melhor) nunca havia sido lançado... Até agora!
É isso mesmo! A Sony Pictures acaba de lançar o box com a trilogia completa! As versões das partes 2 e 3 são as mesmas lançadas anteriormente (sem legendas nos extras). É claro que as atenções estão voltadas para o filme original, pois é o único que permanecia inédito até agora. Os extras são todos interessantes e todos legendados: making of atual em duas partes com os atores e realizadores; documentários sobre a música, a arte do bonsai e do coreógrafo falando sobre o karatê e trailers. Além disso, todos os filmes contam com a dublagem clássica em português e o áudio em inglês, um detalhe especial no caso do primeiro filme, pois muitos nunca o assistiram com o som original. O único extra que aparentemente não tem no DVD nacional (e que tem no DVD importado) é a faixa de comentários com Ralph Macchio e Pat Morita (infelizmente no meu DVD este extra está desabilitado!).
Uma boa surpresa é a arte interna da embalagem. Além disso, o box vem com 5 cards (tamanho cartão postal) !

Parabéns à Sony Pictures por realizar um sonho antigo dos colecionadores (a única ressalva é que os filmes estão em embalagem slim).

Obs.: embora feliz com a iniciativa, fiquei com uma pontinha de tristeza... É que eu já tinha o DVDs da trilogia, garimpados com outros colecionadores (inclusive o original, com aúdio em português e com a dublagem clássica), e os tratava como raridade, um dos tesouros da minha coleção. Agora não serão mais tão raros, hehehe.
Corram, pois as pré-vendas de muitos sites já esgotaram! Uma dica: procurem nas Americanas. Kiai!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Análise: DISTRITO 9


O principal trunfo de Distrito 9 é ter como produtor ninguém menos que Peter Jackson, o diretor dos megablockbusters King Kong e O Senhor dos Anéis. Logo, espera-se que seja um filme de ficção científica de grande orçamento. Entretanto, o filme é relativamente barato (30 milhões de dólares) e é dirigido pelo novo protegido de Jackson, o estreante Neill Blomkamp. Apesar das limitações, faz bom proveito do baixo orçamento e a história tem uma abordagem interessante. Como é contado no prólogo (na forma de um documentário), a terra foi invadida por aliens, cuja enorme nave-mãe pousa (na verdade, fica imóvel no ar) em Joanesburgo, na África do Sul. Os alienígenas, logo apelidados de "camarões" são confinados em um acampamento que logo vira uma imensa favela. 20 anos depois, a nave permanece nos céus da cidade e a favela (o tal Distrito 9), como qualquer favela de uma grande cidade, virou um problema, assolada por crime, doenças e marginalidade. Os "camarões" são alvo de preconceito por parte dos cidadãos, e a analogia com o racismo e o apartheid da África do sul é tão evidente que nem se pode falar de analogia. O protagonista é Wilkus (Sharlto Copley) funcionário da MNU, empresa que controla a população alienígena, e que recebe a missão de notificar todos os aliens a respeito de sua remoção para uma área afastada da cidade, para diminuir a pressão dos humanos.

Após um acidente, Wilkus se torna um dos homens mais procurados do mundo, e sua única saída é se refugiar no lugar mais improvável: o Distrito 9. Combinando bons efeitos com cenas de ação violentas e nervosas o filme tem soluções visuais surpreendentes considerando o baixo orçamento, apesar de alguns clichês (o herói relutante que muda de lado ao ser obrigado a rever os seus conceitos, o policial violento como "chefão de fase final" e o companheiro que retorna para salvar outro). Distrito 9 termina um tanto quanto inconclusivo, com uma deixa para uma continuação (Distrito 10 já está nos planos dos produtores). Como fã de filmes de ficção científica despretensiosos mas inventivos, torço para que o boato se concretize. Até a próxima!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Análise: G. I. JOE: A ORIGEM DE COBRA


Os brinquedos favoritos da minha infância foram os Comandos em Ação, uma linha de bonequinhos com muitos equipamentos e veículos (tenho o avião até hoje, estou só esperando o meu filho de 3 anos crescer um pouquinho pra dar pra ele). Nos EUA, se chamava G.I. Joe, e inspirou uma série de gibis e desenhos animados, que também fizeram sucesso aqui. É claro que depois do sucesso de Transformers, era só uma questão de tempo até lançarem um filme baseado na unidade militar anti-terrorista que combatia a organização terrorista Cobra.

O filme conta a origem dos terroristas, do ponto de vista de dois soldados que acabam integrando os G.I.Joe, Ripcord (Marlon Wayams) e Duke (Channing Tatum). A trama é o de menos, como não poderia deixar de ser em um filme de Stephen Sommers (A Múmia, Van Helsing), em que a história é mero pretexto para cenas de ação e efeitos especiais tão exagerados que fazem do filme um imenso videogame. Aqui não é diferente, embora o roteiro seja um pouco melhor do que os dos seus filmes anteriores. Para os fãs dos brinquedos, o mais importante é verificar como ficaram os veículos e personagens. Além de Ripcord e Duke, aparecem outros clássicos como Hawk (Dennis Quaid), Scarlett (Rachel Nichols, linda), Baronesa (Sienna Miller), Storm Shadow (Byong Hun Lee) e o meu favorito, Snake Eyes (Ray Park, que fez o Darth Maul do Episódio I de Star Wars). As cenas de ação, apesar de um pouco exageradas, são muito boas. É claro que as que eu gostei mais são as que envolvem Storm Shadow e Snake Eyes, em lutas empolgantes. Quem procura um filme de ação em que se pode desligar o cérebro por duas horas ou para os saudosistas dos anos 80 (como eu), G.I.Joe: A Origem de Cobra é uma boa opção.

Algumas curiosidades para quem gostava dos brinquedos: Snake Eyes, um dos personagens mais legais dos Joes (uma espécie de ninja vestido de negro e que não fala), foi lançado como inimigo no Brasil! A primeira série de Comandos em Ação só tinha os equivalentes aos G.I.Joe americanos, sem nenhum vilão. Os Cobras, vilões "oficiais" dos Joes, só seriam lançados na série 2. Snake Eyes, por sua vez, foi lançado como Invasor (séries 1 e 2) e como Cobra Comandante Negro (série 6), este já com o lobo. O vilão Cobra de Aço é uma figura exclusiva do Brasil, feita com a cabeça do Snake Eyes prateada e o corpo do Raio Laser (Flash nos EUA). Vale lembrar que antes dos bonequinhos havia o bonecão de 12 polegadas, aqui batizado como Falcon, outro ícone dos anos 80!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

OS FILMES DE KUNG FU MAIS ESQUISITOS

Quando se assiste a um filme de kung fu, normalmente o que interessa são as lutas e cenas de ação. Quanto mais complexas, intricadas e acrobáticas, melhor. A presença de astros conhecidos ajuda, mas não é essencial. O roteiro e os diálogos, consequentemente, ficam em segundo plano (embora possam enriquecer muito um filme, como em Herói, O Clã das Adagas Voadoras, O Tigre e o Dragão e O Mestre das Armas). Entretanto, o mínimo que se espera de um roteiro de um filme de pancadaria é uma história simples que, se não ajuda, pelo menos não atrapalha as cenas de luta. Mas existem alguns filmes de luta com histórias e conceitos tão esquisitos ou malucos que não se entende nada! Vou citar alguns; quem souber de outros, comente que eu procuro mais informações, ok?


CAÇADORES DE VAMPIROS DE TSUI HARK

Já comentado levemente no post sobre vampirismo, é mais um exemplo do que eu chamo de "filmes com capas picaretas". Se você olhar a capa do DVD e ler a sinopse atrás, vai pensar que é um filmão! Ainda mais com o nome de Tsui Hark no título, apesar de ser apenas o produtor. Cá entre nós, não gosto muito dos filmes dele. Os roteiros sempre são um pouco confusos e as cenas meio rápidas demais, normalmente com cabos. Este não é exceção. A hitória é confusa e as lutas são meia-boca. Agora, o que estraga o filme é que NÃO TEM VAMPIRO! A não ser que você possa chamar de vampiro uns bonecos imóveis de mortos-vivos pendurados no teto! Você fica tão constrangido que não aguenta assitir até o final. Quem gostou do filme, por favor, justifique, pois acho impossível alguem ter gostado!


ZHANG, O BÁRBARO / O CULTO DO MAL


Lançado pela China Vídeo como Zhang, o Bárbaro e numa edição de banca como O Culto do Mal (uma tradução mais fiel ao original, The Evil Cult), o filme é baseado em uma série de livros e é estrelado por Jet Li e tem participação de Sammo Hung! Com tudo isso, não tinha como ser ruim, certo? Errado! Apesar de ser um típico wuxia (passado em um mundo à parte, onde os espadachins podem voar e têm diversos poderes) o filme é tão rápido e confuso que você não entende nada do que está acontecendo. Li é um órfão impedido de aprender kung fu devido aos efeitos de um golpe fatal. Após cair em um precipício, é curado e treinado por um mestre amarrado a uma pedra! Vários personagens aparecem e desaparecem sem maiores explicações e o filme acaba de maneira abrupta e inconclusiva (provavelmente por ser o primeiro de uma série, mas como não fez sucesso, parou por aí). Colecionadores e fãs de Jet Li podem conferir, mas depois não digam que eu não avisei!



A CHAMA SAGRADA DO KUNG FU


Um dos filmes mais malucos que eu já vi, conta a história de um casal de irmãos separados ao nascer. seus pais morreram ao enfrentar um casal de bandidos. A menina é criada pelos bandidos e o rapaz é criado por um ancião conhecido como o Fantasma (Philip Kwok, pagando mico), cujo golpe de kung fu é uma risada fatal! É isso mesmo, quem houve tem seus órgãos vitais explodidos! A técnica de defesa é ainda mais bizarra: o herói consegue "fechar" os ouvidos! Os dois irmãos se encontram e se enfrentam, disputando uma arma, a tal "Chama Sagrada" do título. Todo mundo voa, aparecem umas luzinhas toscas simbolizando sei lá o quê e no final os irmãos se unem para enfrentar os bandidos! Uma maluquice inacreditável!

sábado, 7 de novembro de 2009

Análise: STAR TREK


Quando o diretor e produtor J.J. Abrams ( a mente por trás de Fringe, Lost, Cloverfield e Missão Impossível III) assumiu o comando do novo filme da franquia Star Trek (Jornada nas Estrelas), trekkers do mundo inteiro ficaram ao mesmo tempo entusiasmados e apreensivos. Ao mesmo tempo em que o diretor tinha o "fator nerd" necessário para assumir a tarefa, será que ele conseguiria fazer uma abordagem boa o suficiente para agradar tanto a trekkers quanto ao público em geral?


O primeiro acerto de Abrams foi seguir a tendência mundial do cinemão americano: reinventar o ícone. Assim como em Cassino Royale, Agente 86 e Batman Begins, o foco da história é a origem dos personagens clássicos. Ou seja, mostrar Kirk, Spock, McCoy, Sulu, Uhura, Scotty e Chekov como cadetes novatos, em sua primeira missão na Enterprise.
A escolha do elenco também foi inspirada. Nada de astros conhecidos, mas todos talentosos e com algo a contribuir para a reinterpretação de personagens cultuados há mais de 30 anos. Uma das primeiras aquisições foi Zachary Quinto (o vilão Sylar de Heroes) como Spock. Já para o papel de James T. Kirk a escolha foi mais demorada. Não deixou de causar surpresa a escalação de Chris Pine (o par romântico de Anne Hattaway em O Diário da Princesa 2 e Lindsay Lohan em Sorte no Amor) para o papel do protagonista, mas é inegável que tanto ele como todos os outros estão perfeitos nos papéis. Para o papel de McCoy, o médico ranzinza que é o melhor amigo de Kirk, a surpresa foi a escolha de Karl Urban, mais conhecido como herói anabolizado de filmes como Doom, Desbravadores e O Senhor dos Anéis, mas que faz um excelente trabalho. Zoe Saldana, que coincidentemente fez o papel de uma trekker em O Terminal, faz uma Uhura deliciosa. Simon Pegg, Anton Yelchin e John Cho conseguem equilibrar humor com seriedade nos papéis de Scotty, Chekov e Sulu, respectivamente.
O filme já começa eletrizante, com uma batalha entre uma nave da Federação, a USS Kelvin (onde estão a bordo os pais de Kirk) e uma gigantesca nave romulana, comandada por Nero (interpretado por Eric Bana, talvez o nome mais conhecido do elenco, embora irreconhecível sob a maquiagem). Testemunhamos o nascimento de Kirk e um pouco de sua rebeldia adolescente, e acompanhamos a luta do pequeno Spock para ser aceito apesar de ser metade humano. Ambos estão em busca de sua identidade e de seu lugar no mundo e acabam se alistando na Frota Estelar. Kirk logo faz amizade com Leonard McCoy e flerta, em vão, com Uhura. Após 3 anos, uma ameaça ao planeta Volcano faz com que os cadetes embarquem em sua primeira missão a bordo da mais nova nave da Federação, a USS Enterprise, sob o comando do capitão Christopher Pike (Bruce Greenwood). Tanto Kirk quanto McCoy, Uhura, Sulu e Chekov são inexperientes, e ainda não desempenham suas funções do modo com o qual o público está acostumado.
Spock já é um brilhante comandante (embora em constante luta com seus sentimentos humanos), e logo bate de frente com Kirk (carregado de energia e rebeldia pós-adolescente). A relação dos dois sempre foi um dos alicerces da série clássica, e o choque entre as duas personalidades dá o tom do filme, como o fazia na série clássica.
Star Trek equilibra referências da franquia (a mais explícita é ninguém menos que Leonard Nimoy adivinhe no papel de quem) com cenas de ação impressionantes. A minha cena favorita é quando Kirk e Sulu saltam de uma nave e, em queda livre, têm de acionar seus paraquedas e pousar em uma plataforma que está perfurando o planeta Volcano. Lá, eles enfrentam dois romulanos (Sulu armado com uma espada e Kirk golpeando com seu capacete), em uma cena de pancadaria nunca vista nem na TV, nem no cinema!
Resumindo, Abrams fez direitinho a lição de casa, o que resultou em um filme que agrada a gregos e troianos (ou seja, trekkers e gente comum). Eu mesmo nunca fui fanático pela franquia (embora um dos meus filmes favoritos seja Star Trek: Primeiro Contato), mas se os rumores estiverem certos e este for o primeiro de uma nova franquia (o filme foi o que mais faturou de todos), o próximo filme já está na minha lista!
O DVD traz faixa de comentários, making of e erros de gravação. Nada demais, mas o filme em si já é imperdível!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O VAMPIRISMO NOS DIFERENTES GÊNEROS - Terror, Ficção, Comédia, Romance e até Artes Marciais!


As lendas dos vampiros são uma grande fonte de inspiração para o cinema. É claro que o gênero mais comum para os mortos-vivos sugadores de sangue é o terror, mas praticamente todos os outros já beberam na fonte.
A principal referência é o romance Drácula, de Bram Stoker. Escrito em 1897 e baseado em um personagem real (o príncipe Vlad, "o empalador", que unificou a Romênia expulsando os turcos), o livro consolidou a imagem do vampiro que se tornou o padrão para todas as histórias posteriores sobre o tema (elementos de sexualidade e sedução, paradoxalmente vinculados com morte e peste). O primeiro filme baseado na lenda foi o clássico Nosferatu, de 1922 (o diretor F.W.Murnau mudou o nome para não pagar os direitos autorais a Stoker) em que o protagonista (Max Schreck) assemelha-se a um roedor, caracterização também adotada na refilmagem de 1979 (com Klaus Kinski). O filme London After Midnight (1927) codificou a imagem do vampiro, com a indefectível capa preta. Mas foi com Drácula (1931), dirigido por Ted Browning, que a figura clássica do conde vampiro ficou eternizada na caracterização de Bela Lugosi, que repetiu o papel em vários filmes posteriores. Na década de 1950, a produtora Hammer dissemina o personagem como um vilão tradicional (com enfâse na violência, na sensualidade e na angústia interior), sob a figura de Christopher Lee, que não raro, era antagonizado por outro célebre personagem do livro de Stoker, o Dr. Abraham Van Helsing (este, por sua vez, imortalizado por Peter Cushing). Nas décadas seguintes o tom era mais cômico, como nos programas de TV Os Monstros e Don Drácula e, no cinema, A Dança dos Vampiros (1967), Rock Horror Picture Show (1975) e Amor à Primeira Mordida (1979). Drácula, de 1979, é mais fiel ao romance, mas os anos 80 caracterizam-se por apresentarem versões mais jovens e modernas, como em A Hora do Espanto (1985) e Garotos Perdidos (1987), despertando o interesse da geração MTV. Mais recentemente, filmes com vampiro procuraram priorizar a ação e os efeitos especiais, como em Vampiros de John Carpenter (1998), Drácula 2000 (este reinterpretou a lenda, revelando como a origem do conde ninguém menos que Cain!), Entrevista com o Vampiro (1994), baseado em um dos livros de Anne Rice, e a série de TV Buffy. A versão mais romântica e fiel do livro é o espetacular filme de Francis Ford Coppola, Drácula de Bram Stoker (1992), resgatando a personalidade sedutora, apaixonada e atormentada do vampiro (em uma magistral performance de Gary Oldman). Atualmente, esta é a versão mais propagada, graças ao sucesso da escritora Stephenie Meyer, da saga Crepúsculo (que já iniciou uma bem-sucedida carreira no cinema) e da série de TV True Blood, ambos apresentando vampiros apaixonados em uma constante dúvida entre preservar a pessoa amada e abraçar sua natureza vampírica.

Além do terror, da comédia e do romance, outros gêneros abordam o tema do vampirismo. Na ficção científica, os vampiros significam um perigo para a integridade da espécie humana inteira, mas aparecem mais como zumbis, como em Força Sinistra (1985) e Eu Sou a Lenda (2007).
Os dentuços estão até em filmes de ação desenfreada e estética de quadrinhos, como Van Helsing (2003) e a série Blade (esta realmente saída das histórias em quadrinhos).



Até o nosso gênero favorito, os filmes de kung fu, têm os seus exemplos: A Liga Contra o Mal (um caça-níqueis fraquinho, apesar da participação de Jackie Chan) e Caçadores de Vampiros de Tsui Hark. Este último é inacreditável de tão ruim! Apesar de algumas coreografias interessantes, o roteiro é incrivelmente confuso (cá entre nós, como em todas as produções de Tsui Hark) e os vampiros se resumem a bonecos pendurados no teto! É de gargalhar (pena que não é comédia)...


Enfim, seja no gênero em que foi consagrado (o terror), seja em gêneros aparentemente distintos (comédia, romance, ficção e até nossos adorados filmes de kung fu), a verdade é que os vampiros sempre estão em evidência no cinema.
A propósito (ainda que um pouco atrasado), feliz Halloween!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A MORTE EM MINHAS MÃOS: O PRIMEIRO FILME DE KUNG FU!


Até os anos 70, quando se falava em filmes de kung fu, o gênero oficial era o que denominamos hoje de wuxia, histórias passadas em um mundo à parte, em que espadachins lutavam entre si e, não raro, até voavam! As lutas de espadas eram coreografadas como uma dança, tendo como a maior referência o filme O Grande Mestre Beberrão (1966), de King Hu. Um dos grandes astros de artes marciais daquela época (leia-se, dos estúdios Shaw Brothers) era Jimmy Wang Yu (creditado muitas vezes apenas como Wang Yu), que fez grandes clássicos, como Temple of the Red Lotus (1965) One-Armed Swordsman (1967) e Golden Swallow (1968). Ele foi o antecessor de Bruce Lee, cujo legado dominaria a década seguinte. Em 1970, Wang Yu estrelou e dirigiu o que é considerado o primeiro filme de kung fu como o conhecemos hoje, A Morte em Minhas Mãos (The Chinese Boxer).

Wang Yu é Lei Ming, criado desde criança pelo mestre de uma escola de kung fu. Logo no início, a escola é desafiada, mostrando um dos temas favoritos de Wang Yu (e, consequentemente, de quase todos os filmes do gênero posteriores), a rivalidade entre chineses e japoneses. Um mestre japonês de judô (Chao Hsiung), derrota vários alunos da escola, até que o mestre aparece e o derrota. Sedento por uma revanche, o japonês promete voltar com um grupo de karatecas. O mestre fica preocupado, dizendo aos alunos o quão perigoso é o karatê, e explica que a únca forma de derrotá-lo é unindo duas técnicas de kung fu, a palma de ferro e o salto iluminado. Logo o grupo de karatecas aparece, liderados pelo perigoso Kita (o grande Lo Lieh, um dos vilões mais requisitados da Shaw), que mata o mestre e quase todos os alunos, com exceção de Lei Ming, é claro. Com a ajuda de Siu Ling, a filha do mestre e sua noiva, ele se recupera e treina as técnicas mencionadas pelo mestre, planejando se vingar. Mascarado, ele sabota os cassinos dos vilões, e derrota seus cobradores de dívidas. Não demora para ele enfrentar os japoneses, incluindo lutadores de kendô, o mestre de judô e claro, o vilão Kita no clímax do filme.

A Morte em Minhas Mãos apresentou várias características que se tornariam padrão no gênero, como a trama de vingança, os japoneses como vilões, lutas demoradas e contra vários oponentes (ainda um pouco lentas aqui), saltos impossíveis, e principalmente o treinamento, sempre rápido e filmado de maneira simples mas que possibilita ao herói derrotar todos os vilões! Enfim, um clássico, devidamente lançado há alguns anos pela China Vídeo com a qualidade que merece (remasterizado, widescreen e com extras)!

sábado, 17 de outubro de 2009

Análise: DRAGON BALL EVOLUTION e STREET FIGHTER - A LENDA DE CHUN LI

Não é novidade que os dois filmes decepcionaram muita gente. O fracasso vinha sendo anunciado antes mesmo do lançamento dos dois longas, bombardeados pelas críticas dos milhões de fãs das duas franquias, irritados com as informações que surgiam, desde a escolha equivocada do elenco até as mudanças nos roteiros (que modificaram personagens considerados sagrados pelos fãs mais xiitas). Aliás, são os fãs que mais reclamaram; as pessoas que não acompanharam os mangás, animês e games de Dragonball e Street Fighter nem ligaram para as alterações dos conceitos e personagens. O problema é que nem para essas pessoas os filmes são satisfatórios!


DRAGON BALL: EVOLUTION


Uma versão live action da famosa série de Akira Toriyama sempre foi um desejo dos fãs. Originadas em um popular mangá japonês, as aventuras de Goku se tornaram ainda mais famosas na TV, por meio dos animês Dragonball, Dragonball Z (a mais popular) e Dragonball GT, num total de 508 episódios! Fora os quase 20 telefilmes e as dezenas de games para praticamente todas as plataformas dos últimos 20 anos! É claro que reunir tanta informação em um filme de longa metragem seria um desafio e tanto. O problema foi o mesmo enfentado por todas as adaptações de livros, quadrinhos e séries com milhões de fãs: tentar agradar não apenas os fãs, mas também o público não familiarizado com a complexa mitologia da franquia. Infelizmente, a balança dos produtores sempre pende para a possibilidade de um público maior. Ou seja, para tentar agradar todo mundo, acaba não agradando ninguém. Apesar da direção de James Wong, da produção de Stephen Chow (diretor e ator de Kung-Fu-São) e da escolha de Chow Yun Fat para o papel de Mestre Kame, os problemas começaram na escolha do elenco principal: Justin Chatwin (que fez o filho do personagem de Tom Cruise em A Guerra dos Mundos) não convence como Goku, assim como a bela Emmy Rossum como Bulma. Vários conceitos foram modificados, como o início da história com Goku já adolescente, e Chichi (a gracinha Jamie Chung) como estudante e colega de Goku. O resultado, consequentemente, é irregular. Entretanto, é visível a preocupação da produção em tentar equilibrar vários conceitos da série, como as esferas do dragão, o vilão Piccolo, o ladrão Yamcha, o monstro Oozaru e o golpe Kamehame-ha, mas é tudo meio tosco, mesmo com os efeitos modernos. Quem sabe com um elenco melhor e um respeito maior à fonte não vejamos futuramente um filme que agrade a todos (exemplos não faltam, como Homem-Aranha, Homem-de-Ferro, os dois últimos Batman e a trilogia O Senhor dos Anéis)... Afinal, a Fox tem planos para Dragonball: Reborn! Tenha medo...

STREET FIGHTER - A LENDA DE CHUN LI

Se em Dragonball ainda conseguimos visualizar alguns conceitos do mangá e dos animês, no novo filme da franquia Street Fighter o caldo entorna de vez: o filme consegue a proeza de competir de igual para igual com o infame Street Fighter de Jean Claude Van Damme pelo título de pior filme baseado em games de luta! No tosco filme do baixinho belga, os personagens ganharam abordagens infantis e com a profundidade de um pires. Em A Lenda de Chun Li, os personagens e conceitos foram tão modificados que os fãs nem vão conseguir reconhecê-los! O primeiro erro é centrar a trama na personagem de Chun Li, o mesmo erro cometido no filme de Van Damme, cujo protagonista era o militar Guile. Desde o primeiro game os verdadeiros protagonistas são o japonês Ryu (que nem dá as caras no filme, só em uma breve citação no final) e o americano Ken (este nem em citação), como nos excelentes filmes de animação e a cultuada série de TV, já comentados aqui no blog. Kristin Kreuk (a Lana de Smallville) é linda, mas não tem nem o porte nem o carisma para levar um filme nas costas. Chris Klein faz um deslocado Nash, mas a desgraça é com Bison e Balrog, que não têm nada a ver com suas contrapartes virtuais. Vega, ao menos, tem a máscara e as garras, mas perdeu sua principal característica: enquanto que no game e nas animações ele era um belíssimo rapaz de origem espanhol, aqui ele é um oriental feioso! A participação de Robin Chow tenta melhorar a qualidade do filme, mas em vão... Enfim, é um lixo tanto para quem nunca ouviu falar em Street Fighter (é um filme de luta muito ruim) quanto para os fãs da franquia (estes vão ter um ataque!)...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

GRANDE EXPECTATIVA


Sei que faz tempo que não comento nada, é que ando meio ocupado. Quero só comentar sobre um filme sobre o qual tenho muita expectativa, embora com um pé atrás: OS MERCENÁRIOS (The Expendables), novo filme de ação de Sylvester Stallone. Posso estar errado, mas tem tudo pra ser o filme mais arrasador dos últimos tempos! Um dos poucos filmes que apresentaram essa mesma expectativa positiva foi o Batman Begins. Sabe aquela sensação de que não pode dar errado? Dá uma olhada no elenco: além de Stallone, temos Jet Li, Jason Stathan, Dolph Lundgren, Randy Couture, Eric Roberts, Mickey Rourke, e pontas de Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger! Isso porque Jean Claude Van Damme recusou um papel (imbecil! Como se ele pudesse se dar ao luxo)... Claro que isso não garante a qualidade do filme. Para o meu entusiasmo, acabei de assistir o primeiro trailer e pelo menos pelo que pude ver, o filme promete! Boas cenas de ação e explosões, Jason Statham como o brucutu de sempre, Jet Li bem humorado, Stallone protagonizando um belíssimo golpe de Jiu Jitsu, e Eric Roberts e Dolph Lundgren como os vilões. Aliás, fiquei com água na boca com uma luta casca grossa entre Lundgren e Li, quase no fim do trailer. Esse e o Avatar de James Cameron são meus próximos filmes obrigatórios!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

QUEM É O ATUAL GRANDE HERÓI DE AÇÃO?

Nos anos 80, essa pergunta tinha uma resposta muito fácil. Aliás, duas: Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone.
Nos anos 90, os dois ainda conseguiram manter o posto, mas outros tentaram ocupá-lo. Jean Claude Van Damme, Steven Seagal e Dolph Lundgreen flertaram com o estrelato, mas viraram campeões das locadoras (seus filmes geralmente saem diretamente em DVD). Bruce Willis foi o único que vingou, graças à série Duro de Matar (cujo último filme, de 2007, conseguiu manter a qualidade dos anteriores).
Nos anos 2000, surgiram vários astros em potencial para o gênero. Os mais promissores foram The Rock (Dwayne Johnson) e Vin Diesel. Este último era o favorito, com Eclipse Mortal, Velozes e Furiosos e Triplo X no currículo, mas resolveu participar de outros gêneros, como drama e comédia, e sua estrela esfriou. Recentemente decidiu retomar o gênero, com Missão Babilônia e Velozes e Furiosos 4. Já The Rock começou com o estilo brucutu e mudou para o gênero mais família, com filmes como Agente 88, Treinando o Papai e A Montanha Enfeitiçada, com excelentes resultados. Gerard Butler chamou a atenção com 300, está em cartaz com Gamer e está cotado para o remake de Fuga de Nova York no papel que foi de Kurt Russel. Orlando Bloom era o grande favorito com Senhor dos Anéis, Piratas do Caribe, Tróia e Cruzada. Entretanto, o grande astro de ação dos anos 2000 (afinal a década está acabando) foi Jason Strathan, com a série Carga Explosiva, Rogue, O Confronto, Efeito Dominó, Adrenalina, Corrida Mortal e Em Nome do Rei. Christian Bale também se deu bem com papéis de ação, como em Reino de Fogo, Equilibrium, os dois últimos Batman e T4. Aliás, neste último ele contracena com a próxima promessa, Sam Worthington. O australiano é mais promissor candidato a astro de ação da próxima década. Afinal, após roubar as atenções em T4, ele é o protagonista das duas produções mais esperadas: Avatar, próximo filme de James Cameron e Clash of Titans, remake de Fúria de Titãs.
Falando sobre o nosso sub-gênero favorito de ação, as artes marciais, a história é um pouco diferente. Desde os anos 80, os dois maiores astros são Jackie Chan e Jet Li, que já mostram sinais de que a idade pesa, hehehe. Donnie Yen é da mesma geração, mas ainda mantém o pique com filmes arrasadores como Comando Final, Flashpoint e Yip Man. O grande astro atualmente é Tony Jaa, graças a Ong Bak e O Protetor. Que venham novos filmes e novos candidatos!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DISNEY COMPRA A MARVEL: agora Mickey Mouse manda até no Hulk!


O tema "HQ" (histórias em quadrinhos) também é um dos assuntos propostos no blog. Afinal, também sou um colecionador de gibis (principalmente da DC e Marvel), apesar de ter dado mais atenção à minha coleção de DVDs (o que tem se refletido no blog). Assim, esse assunto ainda não havia sido abordado aqui, mas de vez em quando algum post sobre quadrinhos (e produtos relacionados) vai aparecer. Agora vou comentar sobre uma notícia que me surpreendeu. Já é comum empresas grandes serem compradas por empresas maiores ainda. Temos vários exemplos, como a Nestlé que comprou a Purina (empresa de alimentos para animais), a Warner que comprou a DC Comics (a editora do Batman e Superman), isso sem contar as grandes fusões, como a Ambev. Ainda assim foi um baque quando foram divulgadas as notícias das negociações da compra da Marvel pela Disney! Isso mesmo, agora Mickey Mouse é dono de Capitão América, Hulk, Wolverine e Homem-Aranha!

Os executivos das duas empresas garantem que aparentemente nada muda na Marvel. O que vai acontecer é que a empresa vai usar a gigantesca máquina da Disney na divulgação e distribuição de seus produtos. Fãs já estão com água na boca, comentando como ficaria um filme da Pixar (que já havia sido comprada pela Disney) com os heróis da Marvel (não que isso já não tenha acontecido: lembram de Os Incríveis?)... Bem, ainda é cedo pra dizer o que essa operação vai significar para as duas empresas. Até a próxima!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Análise: OS INVENCÍVEIS


Que tal um filme de karatê feito no Irã? Ou um filme de samurai alemão? Pois Os Invencíveis é uma combinação tão esdrúxula quanto essas. Aparentemente um western combina tanto com a Coréia do Sul quanto alcachofra com feijoada, mas o diretor Kim Ji-woon (de "O Gosto da Vingança") conseguiu fazer uma divertida aventura repleta de ação e humor, homenageando o gênero (principalmente os filmes de Sergio Leone). A referência mais explícita é o título internacional ("The Good, The Bad, the Weird", cuja tradução literal poderia ser "o bom, o mau e o esquisito"), que parodia o clássico de Leone "Três Homens em Conflito" ("The Good, The Bad, The Ugly", que seria "o bom, o mau e o feio"). O filme situa-se na Manchúria dos anos 30, onde um mapa é disputado por três homens, Jung Woo-sung (o "bom"), Lee Byung-hun (o "mau") e Song Kang-ho (o "esquisito"). As cenas de ação são muito bem executadas, principalmente o início (um assalto num trem em movimento), um tiroteio em uma feira e o duelo final no deserto. Embora o personagem de Jung Woo-sung (um caçador de recompensas) seja interessante, o mercenário de Lee Byung-hun é muito caricatual. Quem rouba o filme, entretanto, é o ladrão pé-de-chinelo "esquisito" vivido por Song Kang-ho (que já havia se destacado como o protagonista do melhor filme de monstro de 2007, "O Hospedeiro"). O final reserva uma surpresa, que não vou contar para não estragar. Curiosamente, o filme foi exibido no Festival de Cinema do Rio do ano passado com o título provisório "O Bom, O Mau e o Bizarro", uma tradução bem melhor que "Os Invencíveis"... Vai entender as distribuidoras... Pra variar, foi lançado diretamente em DVD, com extras ridículos e em fullscreen!
Se você não gosta de western (como eu) mas gosta de filmes de ação asiáticos, pode conferir sem medo!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Filmes Favoritos: LUTAR OU MORRER e O MESTRE INVENCÍVEL 2

Eu já comentei os dois em um dos primeiros posts do blog (falando especificamente dos DVDs), mas eu não resisto: preciso colocá-los na seleta lista dos meus filmes favoritos. Pontos altos das carreiras de Jet Li e Jackie Chan, os dois filmes reúnem as características (que eu comentei na resenha de Confronto Arriscado) que formam um clássico: protagonista famoso, coreografias alucinantes e a presença de uma lenda viva. Curiosamente, foram produzidos no mesmo ano.


LUTAR OU MORRER
(Fist of Legend, 1994)



Ao fazer um remake do clássico de Bruce Lee A Fúria do Dragão, Jet Li fez o seu próprio clássico. Embora não tenha ido tão bem no mercado asiático, no Ocidente sempre aparece nas listas dos melhores filmes de kung fu de todos os tempos. Jet Li é Chen Zen, que volta do Japão (onde estuda) para investigar a morte de seu mestre (Huo Yuanjia, cuja vida foi tema de outro ótimo filme de Li, O Mestre das Armas) em Shangai. O filme enfoca o tema clássico da rivalidade entre chineses e japoneses, o que rende lutas espetaculares entre Chen Zen e lutadores japoneses, incluindo uma escola inteira (referência à cena mais conhecida do filme de Lee), um honrado mestre de karatê e um perigoso militar (o responsável pela morte do mestre). A lenda viva Yasuaki Kurata é o mestre que luta com Li e o ensina a se adaptar ao estilo do adversário para vencer, o que será crucial na luta final com Billy Chau, o general assassino. Reunindo algumas das mais insanas lutas de todos os tempos, Lutar ou Morrer é, na humilde opinião deste blogueiro, o melhor filme de Jet Li (embora eu goste muito também de Herói, O Mestre das Armas, Batalha de Honra e Cão de Briga). Infelizmente, como eu comentei naquele post antigo, Lutar ou Morrer nunca foi lançado em DVD no Brasil! A cópia que eu tenho é ripada de um VHS legendado em português mas com áudio em inglês... e sem extras, claro (ao contrário de uma versão dupla, lançada lá fora... buááá).

O MESTRE INVENCÍVEL 2
(Drunken Master 2, 1994)


Esta é outra unanimidade. O primeiro filme, O Mestre Invencível (Drunken Master, 1978) foi um grande sucesso e ganhou uma continuação 16 anos depois, O Mestre Invencível 2. Estrelado por Chan, Ti lung e Anita Mui (que fazem seus pais), o filme tem algumas das coreografias mais intrincadas já vistas, principalmente no final. Mas todas as lutas são espetaculares, desde o embate entre Chan e o grande mestre Lau-Kar Leung debaixo de um trem, passando por Chan lutando contra centenas armado com um grosso bambu e o espetacular clímax, em que Jackie, turbinado por uma explosiva mistura alcoólica, luta com Ken Lo (seu guarda costas pessoal). O filme foi incluído na revista Time entre os 100 melhores filmes de todos os tempos, a luta final foi classificada pela revista Set como uma das 20 maiores cenas de ação do cinema, e em praticamente todos os fóruns on line sobre Jackie Chan e filmes de kung fu é presença fácil no topo das listas dos aficionados (no fórum da comunidade "Filmes de Kung Fu", do Orkut, por exemplo, é um dos campeões de tópicos). Foi lançado em VHS pela extinta Abril Vídeo como O Mestre Invencível (sem o número 2); e o filme original foi lançado em DVD pela Columbia com o mesmo título. Recentemente, foi lançado pela Continental como A Lenda do Mestre Invencível e a Spectra Nova o lançou junto com o filme O Guarda-costas em Ação, com Jet Li, numa edição de banca. Ambas as versões são da edição cortada; a versão integral permanece inédita no Brasil (mas eu tenho uma cópia, hehehe). Jackie Chan tem vários filmes memoráveis em sua longa filmografia, mas este é um de seus ápices!
Até a próxima!

domingo, 13 de setembro de 2009

Análise: B13 - ULTIMATO


Um dos melhores filmes de ação e pancadaria da safra 2003/2004 não foi da China, Japão ou EUA, mas da França! 13o Distrito (Banlieue 13, ou somente B13) foi lançado aqui somente em DVD, mas se tornou um dos filmes mais cultuados pela mistura frenética de temática futurista, artes marciais e parkour, o esporte francês que consiste em escalar e pular obstáculos como muros, sacadas e escadarias. Só podia ter saído da cabeça maluca do Luc Besson, que produziu o filme. Na história, Damien (Cyril Raffaelli) e Leito (David Belle), num futuro próximo, tentavam salvar o bairro 13 (fechado por muros para conter a criminalidade) da ameaça de um míssil e, ao mesmo tempo, salvar a irmã de Leito, sequestrada pelo vilão. Com o sucesso, é claro que se esperava uma sequência, apesar de ter demorado um pouco (mais de 5 anos)...

Cyril Raffaelli é um ótimo artista marcial, e pode ser considerado o "Jackie Chan francês", tendo feito várias participações em filmes conhecidos (ele foi um dos gêmeos que enfrentaram Jet Li em O Beijo do Dragão e um dos capangas do vilão principal em Duro de Matar 4.0) e David Belle foi simplesmente um dos criadores do parkour (esporte que já tinha rendido dois filmes já lançados aqui, Yamakasi e Filhos do Vento). Os dois formaram uma bela dupla de protagonistas, que se repete na continuação, o esperadíssimo B13 - ULTIMATO.

Três anos depois, as promessas de derrubar os muros e melhorar o bairro não se concretizaram, apesar das mudanças no governo (um novo e aparentemente justo presidente). O chefe de uma unidade de elite da polícia simula um ataque de gangues do bairro 13 a policiais para justificar uma intervenção mais direta do governo. O que ele quer é que o bairro seja demolido, pois receberia uma gorda comissão da empresa que reconstruiria o bairro. Leito se apodera de uma prova do esquema, e é perseguido pelos policiais corruptos. Damien, por sua vez, é preso injustamente para que não interfira. Leito liberta Damien e os dois se unem aos líderes das diferentes etnias do bairro para impedir a sua destruição. Como no primeiro filme, os destaques são as cenas de ação, em especial as perseguições a Leito, que rendem insanas sequências de parkour, e as lutas de Damien contra dezenas de adversários. Outra presença interessante é Tao, uma deliciosa líder da facção oriental do bairro, que luta com uma trança com uma lâmina dupla na ponta!
Quem gostou do filme original não vai se desapontar, pois Ultimato oferece as mesmas características: cenas de ação alucinantes e ritmo frenético. Entretanto, fica aquela sensação de "está faltando alguma coisa". Talvez seja a falta de expectativa do filme original, pois ninguém conhecia nada da história e dos personagens, e quem assistiu ficou boquiaberto com as alucinantes cenas de ação. Agora, a expectativa é maior, e quem espera sequências 10 vezes mais turbinadas pode se decepcionar, pois o filme entrega o mesmo grau de diversão do filme anterior: nem mais, nem menos. Mas confira sem medo. Que os franceses continuem fazendo, além dos filmes de arte chatos, pérolas de ação como essas! Uma curiosidade é a trilha sonora: é muito estranho ouvir um rap em francês!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Filmes Favoritos: CONFRONTO ARRISCADO


Confronto Arriscado (Pedicab Driver, 1989) é um filme dirigido e estrelado pelo (literalmente) grande astro Sammo Hung. O ator, diretor e coreógrafo sempre se destacou pelas incríveis coreografias e cenas de ação acrobáticas que protagonizou, mesmo sendo gordo e corpulento. Treinado na Ópera de Pequim com seus "irmãos" Jackie Chan e Yuen Biao, foi o primeiro a trabalhar como dublê e, posteriormente, como ator principal, diretor e coreógrafo. Neste filme, ele é um pobretão que, juntamente com um grupo de amigos, conduz um riquixá, uma espécie de transporte puxado por ele. Quando seu melhor amigo se apaixona por uma prostituta, Hung e seus amigos envolvem-se com um perigoso gângster. Um dos pontos altos do filme é a luta entre Sammo e o lendário mestre Lar-Kar Leung (diretor e coreógrafo de diversos clássicos da Shaw Brothers, incluindo o insuperável A Câmara 36 de Shaolin). Mas o queixo cai mesmo é no clímax, onde Sammo Hung enfrenta os capangas do chefão, destacando-se o guarda-costas casca-grossa Billy Chau (que também enfrentou Jet Li na cena final do mais que clássico Lutar ou Morrer). A coreografia é irrepreensível, num estilo rápido e agressivo (você chega a ter pena dos atores, pois parecem realmente receber os golpes).

Se pra um filme de luta se tornar um clássico é preciso um ator famoso, uma participação especial de uma lenda viva e coreografias arrasadoras, Confronto Arriscado é a minha recomendação.

O DVD, lançado há alguns anos pela China Vídeo, é relativamente raro, mas se você garimpar por aí na web ainda o encontra! Com certeza a aquisição valerá a pena, pois é um ítem obrigatório no acervo de qualquer colecionador de filmes de kung fu!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Filmes Favoritos: TRUE LIES, ALIENS - O RESGATE e O SEGREDO DO ABISMO (James Cameron é o cara!)

Comentarei agora três dos meus filmes favoritos, todos (coincidentemente, ou não) dirigidos por James Cameron, que também dirigiu outros dois da minha lista, O Extermindador do Futuro e O Exterminador do Futuro 2, já comentados por mim. Já deu pra perceber que sou fã do Cameron, né? Sumido desde que conquistou o mundo com Titanic em 1997, o diretor, produtor e roteirista andou desenvolvendo novas tecnologias cinematográficas nesse período, mas voltará aos holofotes este ano, com sua nova e ambiciosa ficção científica em 3-D, Avatar, que estréia em dezembro. Antes do mega-filme do navio que afundou e catapultou as carreiras de Leonardo Dicaprio e Kate Winslet, James Cameron criou algumas pérolas, sempre combinando histórias emocionantes com ação desenfreada. Vamos comentar algumas delas:
Aliens - O Resgate



Quando James Cameron recebeu a tarefa ingrata de escrever e dirigir a continuação de Alien - O Oitavo Passageiro, decidiu não cair na armadilha de refilmar o original. Aliás, foi o único que conseguiu introduzir elementos realmente inovadores na série. Além de manter o clima tenso de suspense do primeiro filme, resolver trocar o gênero terror pela mais pura e turbinada ação (em que ele já havia provado ser mestre em O Exterminador do Futuro). O quê poderia ser melhor que um alien? Que tal um planeta cheio deles? Pois Camerou conseguiu elevar o conceito ao introduzir também a rainha alien, no clímax mais arrasador dos filmes de ficção científica! Pra mim, com certeza é o melhor da série! A versão estendida é muito mais completa, pois apresenta conceitos importantes como a maternidade de Ripley e a família da menina Newt. A série Alien é uma feliz exceção no mercado brasileiro de DVDs, pois recebeu inúmeras versões, cada uma melhor que a outra (o box Quadrilogia Alien é o que contém a versão mais completa, com extenso material bônus e as duas versões do filme).



O Segredo do Abismo



Após O Exterminador do Futuro (1984) e Aliens - O Resgate (1986), Cameron fez esta ambiciosa ficção científica, a partir da qual sua fama de obcecado e detalhista se consolidou (e alcançou o ápice em Titanic), enlouquecendo o elenco, capitaneado por Ed Harris e Mary Elizabeth Mastrantonio. O diretor/roteirista imaginou uma odisséia nas profundezas do mar envolvendo alienígenas, e teve que criar a tecnologia cinematográfica para poder filmá-la. Na época o filme não fez o sucesso esperado, talvez pela versão cortada em que elementos essenciais foram limados. A versão em DVD apresenta a versão estendida, bem mais interessante (e com bons extras). Diversão da melhor qualidade, com a ação e o suspense característicos dos filmes de Cameron.


True Lies

Na minha opinião, o melhor filme de Schwarzenegger (depois dos Exterminadores, claro). Além da ação sem precedentes, o elemento satírico e auto-irônico que ele havia tentado em O Último Grande Herói (e não havia conseguido) se manifesta aqui no mais alto grau de diversão. A história do super-espião Harry que esconde sua profissão da mulher (Jamie Lee Curtis, que no decorrer do filme passa de mulher sem-graça a uma saradíssima, ainda que meio desajeitada, mulher fatal) é engraçada, trepidante e bem-amarrada, com direito a uma divertida participação especial de Bill Paxton. O clímax, a bordo de um caça de decolagem vertical, é de roer as unhas. Após o sucesso de Titanic, Cameron havia declarado que tinha uma ótima idéia para True Lies 2, mas após os atentados de 11/09/2001, desistiu! Uma pena, pois prometia ser outro filmaço... Curiosamente, no Brasil o título não foi traduzido (uma tradução poderia ser "Mentiras Verdadeiras", o que seria melhor que o título em inglês, sem significado algum para quem não sabe o idioma do Tio Sam). Vai entender as distribuidoras...
Curiosidade: antes de se tornar conhecido com O Exterminador do Futuro, James Cameron estreou na direção com o infame filme trash Piranha II - Assasinas Voadoras! Não deixe de conferir a engraçada resenha no site Boca do Inferno. Aqui está o link:
Hasta la vista, baby!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sessão Nostalgia: RETROCEDER NUNCA, RENDER-SE JAMAIS


Outro filme dos anos 80 que eu não revia há anos, Retroceder Nunca, Render-se Jamais é um daqueles filmes que envelheceram mal. Quer dizer, continua divertido, mas fica aquela sensação de que na primeira vez era um filmaço e agora é apenas um filminho B meia-boca...
Comparado na época com Karatê Kid (este sim alçado à categoria de clássico), o filme se destaca em vários aspectos. Em primeiro lugar, foi dirigido por Corey Yuen e produzido por Ng-See Yuen, apesar do elenco e ambientação americanos. Além disso, é talvez o exemplar mais bem-sucedido internacionalmente do sub-gênero "Bruceploitation", filmes que pegaram carona no sucesso de Bruce Lee, utilizando sósias/imitadores do astro (Bruce Li, Bruce Le, Bruce Liang, Bruce Leung, Dragon Lee). Um dos fatos pelos quais o filme é mais conhecido (e que foi utilizado posteriormente para divulgá-lo) é ter Jean Claude Van Damme como o vilão casca-grossa, em um de seus primeiros papéis.
O filme conta a história de Jason, um praticante de karatê fã de Bruce Lee. Quando o dojo do pai de Jason é ameaçado por gângsters (entre eles Van Damme, que quebra sua perna), a família muda para Seattle, coincidentemente onde fica o túmulo de Bruce Lee. Jason faz amizade com R.J. (este por sinal fã de Michael Jackson, no auge da breakmania), mas ao defendê-lo de um gordo pentelho, acaba criando a inimizade de um karateca de um dojo local (que, pra seu azar, está de olho na sua namoradinha). Depois de apanhar pra valer, Jason pede ajuda ao espírito de Bruce Lee, que aparece (na pele de Kim Tai Jung, que já havia substituído Lee em O Jogo da Morte e Jogo da Morte 2) e o treina! O clímax é um campeonato de karatê em que Van Damme trucida toda a equipe de Seattle e Jason o enfrenta. Infelizmente este filme nunca foi lançado em DVD no Brasil. A cópia que eu tenho é ripada de um VHS fuleiro dublado em português! Fazer o quê, né...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

100 DIAS DO BLOG: 1000 ACESSOS!!!

Este post é para comemorar 100 dias de existência do blog e 1000 acessos realizados! Embora eu tenha feito o blog na esperança de que ele fosse acessado (hehehehe), confesso que não esperava que ele atingisse essa marca tão rápido! Sei que parece irrisório comparado a outros blogs, mas foi muito significativo para mim. Agradeço a todos que prestigiam esse espaço. Prometo que tentarei atualizar o blog da maneira mais contínua possível, sempre enfocando os filmes de ação, ficção e artes marciais que a gente tanto ama!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

STAR RUNNER: uma reunião de antigos astros da Shaw Brothers




Star Runner - A Disputa Final (2003) é um filme de artes marciais que passou despercebido nas locadoras. Tem um romance bobinho e boas cenas de luta, mas a recomendação não é nem pelo filme propriamente dito. O espectador mais familiarizado com o gênero vai encontrar diversas participações especiais dos principais astros das produções da Shaw Brothers dos anos 70/80: Gordon Liu, David Chiang, Ti Lung e Chi Kuan Chun fazem pequenas aparições (com exceção de Liu, que aparece mais). Parece até uma reunião de colégio, hehehe! O diretor deve ser um tremendo fã da Shaw por reunir tantos astros num único filme (que, aliás, está longe de ser uma super-produção).
O filme em si levaria no máximo uma nota 7.0, mas pela curiosidade de ver como antigos astros da pancadaria estão hoje, vai pra 8.0!
Obs.: não lembro muito bem, mas devo ter visto mais atores conhecidos (que trabalharam com Jackie Chan, se não me engano). Quem identificá-los, comente aqui!




terça-feira, 11 de agosto de 2009

Análise: MASSACRE NO BAIRRO CHINÊS


Quando se anuncia um novo filme de Jackie Chan, seus fãs (nos quais eu me incluo) sempre aguardam ansiosamente. Com Massacre no Bairro Chinês (Shunjuku Incident, 2009) não foi diferente. Infelizmente, como a maioria dos seus filmes chineses, foi lançado diretamente em DVD (fazendo muito sucesso nas locadoras, diga-se de passagem). O título nacional é um capítulo à parte: quase todos os filmes de Jackie recebem títulos horrorosos (New Police Story virou A Hora do Acerto; Rob-B-Hood virou Três Ladrões e um Bebê; e o pior deles foi com Armour of God 2 - Operation Condor: Um Kickboxer Muito Louco!). Massacre no Bairro Chinês é uma referência a Massacre no Bairro Japonês (Showdown in Little Tokio, uma boa tradução, por sinal), um filminho B de ação com Dolph Lundgreen e o saudoso Brandon Lee... Até que o título encaixa na história de Shunjuku Incident, mas que é forçado, isso é!
Os rumores iniciais que indicavam que o longa não seria um filme "típico" de Jackie Chan se revelaram verdadeiros. É uma história dramática sobre imigrantes ilegais chineses no Japão que se envolvem em crimes para sobreviver. Jackie é Nick, um mecânico de tratores na China que resolve ir ao Japão atrás de sua namorada, que desapareceu. Chegando ilegalmente lá, foge das autoridades e busca abrigo na casa de um amigo, Joe (Daniel Wu). Nick logo se dá conta da difícil situação que seus colegas se encontram. É claro que o filme aborda um tema recorrente na filmografia chinesa, a rivalidade entre chineses e japoneses. Nick acaba se envolvendo com membros da yakuza, o que terá graves consequências.
Vários aspectos se destacam no filme. A mais notória e polêmica é a completa ausência de lutas marciais e humor! É isso mesmo, Jackie NÃO luta no filme (pelo menos não da maneira à qual estamos habituados - e viciados), assim como vários atores veteranos como Ken Lo e Yasuaki Kurata! Jackie mais uma vez representa um papel totalmente dramático, provando mais uma vez seu talento. Além disso, apesar do personagem de Jackie ser essencialmente um bom homem, as circunstâncias fazem com que ele faça coisas que, em se tratando de Jackie Chan, dificilmente imaginaríamos (ele comete diversos crimes, adere ao sexo pago, rouba e até mata a serviço da máfia japonesa! ). O personagem de Daniel Wu também passa por uma radical transformação, pois no início ele é um babaca chorão e após uma tragédia se torna um babaca delinquente (que, na minha opinião, ele sabe fazer muito bem, hehehe). Devido à temática e a algumas cenas de violência (principalmente duas cenas de mutilação), o filme foi proibido na China. A cena do flashback que mostra Jackie jovem, com menos de 20 anos, impressiona pela semelhança do ator com Jackie (parece até que utilizaram a mesma técnica de O Curioso Caso de Benjamin Button para "rejuvenescer" digitalmente o astro, embora eu ache que apenas utilizaram um ator muito parecido).
É um filme muito bom, desde que seja avaliado como um drama sobre imigrantes ilegais e seu envolvimento com o crime organizado. Repetindo, não espere grandes cenas de ação e lutas! Isto pode ser encarado como seu ponto fraco: convenhamos, quem assiste um filme de Jackie Chan espera um filme de ação, não um drama (ainda mais considerando que ele consegue conciliar os dois gêneros, como em New Police Story, Crime Story e Coração de Dragão). Entretanto, é sempre revigorante que ele tente mudar um pouco de estilo, priorizando as interpretações e a história! Se você também partilha dessa opinião, confira sem medo!
Obs.: o DVD (Califórnia Filmes) é simplesmente lamentável! É em fullscreen e dublado em português e inglês (não tem áudio original!) e não tem extras decentes, apenas ficha técnica, sinopse e trailers (um dos trailers iniciais é de B13: Ultimato, a continuação do cultuadíssimo 13o Distrito, com David Belle e Cyril Rafaeli; deve ser um filmaço).
Como eu sempre digo, como é duro ser colecionador no Brasil!

Jackie Chan e Daniel Wu, antes do envolvimento com o crime organizado.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sessão Nostalgia: INIMIGO MEU


Na Sessão Nostalgia, comentarei filmes que assisti nos saudosos anos 80 e 90, e que marcaram minha infância e adolescência. Devo comentar vários em breve, pois acabo de encomendar uma leva de filmes antigos; quando recebê-los, eu comento. Para inaugurar a sessão, um filme de ficção que eu adoro e que só agora adquiri em DVD: Inimigo Meu.

Dirigido por Wolfgang Petersen (História sem Fim, Na Linha de Fogo, Mar em Fúria), o filme é, na verdade, uma refilmagem de Inferno no Pacífico, um filme de guerra de 1968 com Toshiro Mifune e Lee Marvin, em que dois soldados inimigos (um americano e um japonês) são confinados em uma ilha deserta durante a Segunda Guerra Mundial. Pegue a mesma história com uma roupagem de ficção científica e você tem Inimigo Meu.

No futuro, a humanidade está em guerra com uma raça alienígena, os Drac, seres humanóides mas com aparência de répteis. Após uma batalha espacial, Will Davidge (Dennis Quaid), um soldado humano, e um guerreiro drac (Louis Gosset Jr, irreconhecível sob pesada maquiagem) caem em um planeta inóspito e são obrigados a se unir para sobreviver. Da desconfiança inicial nasce uma improvável e forte amizade. Em meio aos perigos do planeta (meteoros, monstros), o drac tem um filho, Zammis (os drac são hermafroditas e engravidam espontaneamente), que é criado por Davidge. No terceiro ato do filme, Davidge tem que salvar Zammis de mineradores ilegais.
Lançado há alguns anos em DVD, contém poucos mas interessantes extras: fotos da produção, trailer e cena estendida. Ao revisitar o filme, pude concluir que ele não envelheceu, apesar de produzido em 1985! Com bons efeitos especiais e eficientes cenas de ação, Inimigo Meu é um clássico, finalmente na minha estante!

domingo, 2 de agosto de 2009

A CÂMARA 36 DE SHAOLIN


Desde que comecei a colecionar filmes de kung fu, comecei pelos óbvios, como a maioria: Bruce Lee, Jackie Chan e Jet Li. Depois, ao começar a virar um colecionador mais sério, passei a ir atrás de filmes mais desconhecidos do grande público; mais especificamente, os filmes de kung fu chineses mais antigos. E nenhum estúdio de Hong Kong se destaca mais do que a Shaw (também conhecido como Shaw Brothers), que se especializou em um sub-gênero que os especialistas costumam chamar de filme de kung fu "old school": tramas de época em que vários temas são recorrentes, como a invasão dos manchus, revoltas motivadas por ideologias políticas, vingança, sacrifício, disciplina, e claro, o templo Shaolin! Já tinha visto mais de 100 filmes da Shaw, mas até ontem ainda não havia assistido um dos mais importantes e mais imitados, justamente A Câmara 36 de Shaolin! Só consegui assistí-lo agora porque a Platina relançou-o, pois o da China Vídeo já está esgotado há anos. É a mesma cópia remasterizada e com os mesmos extras (notas de produção, fotos, trailers, poster original e documentário). Infelizmente, o documentário não está legendado, o que não seria um grande problema se este fosse em inglês, o que não é o caso! Alguém aí entende mandarim?
Dirigido pelo mestre Lau-Kar Leung (que também foi o diretor de ação, o que significa coreografias criativas e complicadíssimas), o filme foi um estrondoso sucesso de bilheteria, rendeu duas continuações e é uma aula de cinema de artes marciais. Além disso, alçou Gordon Liu ao estrelato (que inclusive foi escolhido pela Cahiers du Cinema como o maior ator de artes marciais de todos os tempos).
Hoje a história é clichê, mas na época foi inovadora. San-Te (Liu) tem sua família dizimada pelos manchus e decide se vingar. Para isso, aprende kung fu no Templo de Shaolin, nas 35 câmaras de treinamento (onde engenhosos mecanismos fortalecem determinadas partes do corpo). Após anos de treinamento, decide fundar a câmara 36 para treinar jovens para combater os manchus.
Devo confessar que após tantos filmes, o gênero old school já tinha ficado cansativo, não me empolgava mais. Mas este clássico é verdadeiramente imperdível!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Análise: NOVOS LANÇAMENTOS TAILANDESES



Acabo de assistir 3 filmes tailandeses recentes: O Último Desafio, 13 Desafios e Chocolate. Comentarei brevemente cada um deles:

O Último Desafio



É um filme de ação e comédia sobre um jovem recém-saído da prisão que trabalha em uma lanchonete com o cunhado (irmão de sua esposa falecida) e que é forçado a roubar informações de uma empresa de cartões de crédito. Ao serem perseguidos pela gangue, têm que lutar para escapar. As coreografias das lutas são um pouco diferentes da pancadaria hardcore à qual estamos acostumados, como as lutas de Tony Jaa, pois são mais parecidas com o estilo de Jackie Chan, mais desajeitadas e improvisadas, além de mais bem-humoradas. É divertido, movimentado e com algumas reviravoltas, mas não é nenhum filme de ação do calibre de Ong Bak ou O Protetor. Curiosamente, a capa mostra em primeiro plano um ator que nem parece participar do filme, pois ele não é o protagonista (o que está ao lado dele, em segundo plano, que é o ator principal)!


13 Desafios



Este filme, produzido pela mesma equipe de Ong Bak e cia, inova por não ser um filme de pancadaria: é um suspense tenso e imprevisível. Pruchit é um sujeito azarado que foi largado pela namorada, está devendo no banco e acaba de ser despedido! Ao receber uma ligação, ele tem a chance de ganhar 100 milhões (moeda local), participando de uma espécie de reality show on line: tudo o que tem que fazer é realizar os tais 13 desafios do título, todos bizarros e aparentemente relacionados com seu passado. Apesar dos furos no roteiro e do final mal-contado (apesar de inesperado), o filme prende a atenção. A curiosidade mais engraçada é que já quase no final, quando a colega de Pruchit pede o carro emprestado à irmã, esta fala com voz de homem na versão dublada em português, sendo que não parece um traveco! Estranho, não? Não consegui entender o porquê disso...
Chocolate
Este dispensa apresentações. Já comentado de maneira sucinta em um post anterior, este é um filme que entrega justamente o que se espera dele: ação e pancadaria hardcore, de dar pena dos dublês! Jeeja Yanin é a protagonista, uma garota autista filha de um membro da yakuza e de uma ex-membro da máfia tailandesa. Viciada em chocolate e dona de uma memória fotográfica, ela aprende a lutar assistindo a filmes de pancadaria (principalmente a Ong Bak, uma referência mais que explícita). Ela e seu amigo de infância acham uma caderneta com uma relação de pessoas que deviam dinheiro à sua mãe, o que vem bem a calhar quando esta fica doente e precisa custear seu caro tratamento. Eles decidem realizar as cobranças, o que justifica as cenas de luta mais insanas do ano! O clímax no restaurante japonês e na beirada de um prédio, é de cair o queixo! É impressionante como a câmera mostra os dublês caindo do prédio, batendo nos parapeitos e placas e atingindo o chão, sem cortes! Durante os créditos finais, cenas parecidas com as que aparecem nos finais dos filmes de Jackie Chan, mostrando como os atores e dublês se machucaram ao realizar as proezas. Simplesmente espetacular!
RESUMO DA SESSÃO TRIPLA: O Último Desafio e 13 Desafios são divertidos mas irregulares, embora seja louvável a tentativa dos produtores em realizar filmes diferentes das produções de pancadaria que fizeram sucesso nos últimos anos. Nesse quesito se encaixa Chocolate, que embora não inove em nada o gênero (a não ser a estréia de sua protagonista, que deve estrelar várias produções daqui pra frente), consegue superar as expectativas, entregando cenas de ação e coreografias empolgantes, mesmo pra quem já conhece o estilo de Tony Jaa e Dan Chupong. Nota 6 para os dois primeiros e 8,5 para Jeeja Yanin!

domingo, 26 de julho de 2009

Análise: O FAIXA PRETA

O Faixa Preta (Black Belt/Kuro-Obi, 2007) é um filme japonês sobre a nobre arte do karatê. Ambientado nos anos 30, conta a história de três homens, Taikan, Giryu e Choei, que treinam karatê num dojo isolado sob os ensinamentos do mestre Shibahara. Quando a polícia militar requisita a área do dojo, uma série de acontecimentos faz com que os três discípulos tomem caminhos diferentes. O destaque do filme não são as lutas, mas a filosofia da arte marcial. O mestre ensina que o karatê deve ser apenas defensivo, priorizando o uso das mãos, em detrimento dos pés. Um dos alunos desafia esta filosofia, ensinando um estilo mais agressivo, enquanto outro resolve não trair os ensinamentos do sensei. É claro que o clímax é o combate entre os dois, sendo que o vencedor receberá o direito de liderar o estilo Shibahara, simbolizado por uma surrada faixa preta do mestre.
O filme é carregado de sentimentos característicos não apenas do karatê, mas da própria filmografia japonesa, como disciplina, retidão, compromisso e respeito à tradição. Enfim, um filme muito bom! Os fãs da pancadaria tradicional podem estranhar, pois ao contrário dos filmes de kung fu e dos recentes filmes tailandeses, as lutas de O Faixa Preta são muito curtas e rápidas, às vezes finalizadas com um único e fulminante golpe! Isto não surpreende quem, como eu, já praticou algum estilo tradicional de karatê. Pelos katás (aliás, muito bem executados), parece que o estilo mostrado no filme é o Goju-ryu (o estilo que eu pratiquei), mas não tenho certeza.



O DVD nacional (Europa Filmes) não tem nenhum extra, a não ser uma versão mp4, mas a embalagem é belíssima, com luva externa e contra-capa interna. Eu recomendo - já está entre os meus favoritos!

SATISFAÇÕES PARA OS VISITANTES

Pessoal, fiquei um tempo sem postar nada porque eu estava fazendo um curso muito intensivo durante o mês de junho e julho, mas agora devo atualizar o blog de maneira mais frequente, ok? Aguardem!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

CRIME STORY: um filme de JACKIE CHAN pouco conhecido no Brasil!

Jackie Chan dispensa apresentações. Unanimidade internacional, Jackie não só é idolatrado por fãs de artes marciais, mas também é adorado por todos que gostam de ação e humor. Suas intricadas, perigosas, criativas e engraçadas coreografias são sua marca registrada. Ele é um dos poucos atores de artes marciais cuja filmografia é quase totalmente conhecida no Brasil. Claro que existem vários filmes obscuros e outros que contam com participações tão discretas que só mesmo os fãs xiitas pra encontrá-lo (fora os filmes picaretas que têm Jackie na capa e ele NÃO participa!).


Crime Story, de 1993, é um dos poucos filmes de Jackie Chan que não foram lançados no Brasil, nem em VHS, nem em DVD. Mesmo fora do Brasil é relativamente raro. Eu mesmo só consegui uma cópia recentemente, por intermédio do amigo Takeo Murayama, um dos maiores colecionadores e especialistas em cinema de ação asiático do país.
Em Crime Story (que foi batizado no Japão como New Police Story!), Jackie é um policial à beira de um colapso, tendo que se consultar constantemente com a psicóloga da polícia. Durante a investigação do sequestro de um empresário, o stress emocional de Jackie se intensifica, principalmente após testemunhar a morte de policiais durante a (mal-sucedida) perseguição aos bandidos. Ao se aliar a um policial veterano (Kent Cheng), Chan descobre que encontrar a vítima do sequestro será mais difícil do que parece, pois o mentor do crime é o próprio veterano, disposto a sabotar as investigações. O mais interessante é que o filme é baseado em fatos reais. Infelizmente o filme não fez o sucesso esperado, provavelmente devido à falta do humor característico de Jackie.




Curiosamente, o principal destaque do filme não são as cenas de ação, mas a angústia de Jackie em elucidar o caso. Este é um dos raros casos em que Jackie interpreta um papel realmente sério e dramático, com nenhum enfoque no humor. É claro que as lutas e as cenas de ação são espetaculares, especialmente o clímax, literalmente explosivo!

Existe uma edição especial em DVD, cheia de extras, mas infelizmente não é a versão que eu tenho! Mas dada a raridade do filme, não tenho do que reclamar!